Um mês e meio após sair de um processo de recuperação judicial e ainda com dívidas de R$ 29 bilhões, a Oi entrou com pedido na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro solicitando proteção contra credores, entre os quais bancos e donos de títulos. A ação indica que a operadora poderá iniciar novo processo de recuperação judicial, segundo informações provenientes da agência Reuters e do jornal Valor Econômico.
No dia 14 de dezembro, a mesma 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou o fim do processo. De acordo com o juiz Fernando Viana, todas as obrigações tinham sido cumpridas pela empresa de telecomunicação. A empresa entrou em recuperação judicial em 2016, com dívidas de R$ 65 bilhões e 55 mil credores.
Desta vez, a companhia alega que não conseguiu chegar a um acordo com os credores. O plano da Oi seria refinanciar dívidas. Algumas deveriam ser pagas nos próximos dias. A operadora precisa quitar, por exemplo, R$ 600 milhões a detentores de títulos, que vencerão em 5 de fevereiro.
O pedido de proteção contra cobrança de credores é similar ao que foi feito pela Americanas no dia 13 de janeiro, logo depois de surgirem as notícias de inconsistências contábeis divulgadas pelo então CEO, Sérgio Rial. A varejista pediu e conseguiu na Justiça proteção contra credores que queriam antecipar o pagamento de dívidas.
Após essa decisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu 30 dias corridos para a Americanas entrasse com pedido de recuperação judicial. Não foi preciso tanto prazo. No dia 18 do mesmo mês, a varejista do Grupo 3G Capital, com dívidas então anunciadas de R$ 42 bilhões (que podem atingir R$ 48 bi), acabou iniciando a recuperação judicial, que foi aceita pela Justiça.
Em análise do site especializado Teletime, consta que "as razões listadas pela Oi no pedido de tutela antecipada que se antecipa a um novo pedido de recuperação judicial são um resumo de uma sequência de fatos que agravaram substancialmente o cenário da empresa desde o primeiro pedido de recuperação, há seis anos em meio. Em essência, desde as condições de financiamento das operações até as mudanças regulatórias esperadas, passando pelo cenário econômico de recessão e pandemia, até o prazo de negociação na venda de ativos, nada saiu exatamente como planejado", sintetiza o site.