Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acredita que União Europeia será capaz de assinar acordo de livre comércio com o Mercosul em janeiro Imagem: Ricardo Stuckert/PR |
Alemanha e Comissão Europeia acreditam em acordo com Mercosul em janeiro

Alemanha e Comissão Europeia acreditam em acordo com Mercosul em janeiro

O chanceler alemão Friedrich Merz e a líder do executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, demonstraram confiança hoje de que a União Europeia será capaz de assinar um acordo de livre comércio com o Mercosul em janeiro, apesar do apoio insuficiente em uma cúpula da União Europeia.

O que aconteceu


Líderes europeus acreditam em condições para acordo com Mercosul em janeiro. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou hoje que haverá um número suficiente de Estados membros da União Europeia que apoiará o acordo comercial entre o bloco e o Mercosul. Segundo ela, a assinatura foi adiada para janeiro para atender a uma demanda da Itália, que é contornável, e que esse fator não impedirá a assinatura no mês que vem.

Entramos em contato com nossos parceiros do Mercosul e concordamos em adiar um pouco a assinatura, mas tenho confiança de que haveria uma maioria suficiente para fechar o acordo agora. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Presidente da Comissão Europeia cancelou viagem ao Brasil para uma cerimônia de assinatura nesse sábado. Mas agenda dependia da aprovação de uma ampla maioria dos membros da UE. Isso não aconteceu porque a Itália entrou com uma demanda por mais tempo.

Von der Leyen apontou haver avanço após o término da cúpula. Segundo a líder europeia, é preciso algumas semanas a mais para tratar de algumas questões com os Estados membros.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em uma coletiva de imprensa na quinta-feira que soube do atraso de até um mês pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Líder brasileiro afirmou que vai consultar os parceiros do Mercosul na cúpula de sábado sobre os próximos passos.

Líder italiana diz que Itália está pronta para apoiar acordo. Isso será feito assim que as preocupações agrícolas sejam resolvidas, segundo Meloni. Para ela, isso deve acontecer rapidamente.

Chanceler alemão Friedrich Merz também se motrou otimista. O líder alemão disse aos repórteres que algumas semanas a mais serão suficientes para que a líder italiana possa convencer seu próprio governo e parlamento de que o acordo não é um problema.

Isso significa que o acordo Mercosul agora pode definitivamente entrar em vigor. Após a aprovação do governo italiano, continuo esperançoso de que o governo francês também decida dar seu consentimento. Friedrich Merz, chancelar da Alemanha

cordo comercial com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai vem sendo construído há cerca de 25 anos. Assinado, será o maior acordo da UE em termos de cortes tarifários. A Alemanha, a Espanha e os países nórdicos afirmam que o acordo impulsionará as exportações afetadas pelas tarifas dos Estados Unidos e reduzirá a dependência da China ao garantir o acesso a minerais.

Críticos temem um influxo de commodities baratas que poderiam prejudicar os agricultores europeus. Nesse grupo estão França e Itália. Polônia e Hungria também se opõem ao pacto. Na cúpula da UE ontem, houve um protesto contra o acordo por parte de agricultores, em manifestação que se tornou violenta. A polícia belga disparou gás lacrimogêneo e canhões de água depois que os manifestantes atiraram batatas e pedras e quebraram janelas.

Por causa das regras da UE, é necessária a aprovação do acordo por pelo menos 15 países e representação de pelo menos 65% da população do bloco. Sem a Itália, França, Polônia e Hungria, países contrários ao acordo, o mínimo necessário não é atingido, o que torna os italianos fiéis da balança.

Governo da França, maior produtor agrícola da UE, vê acordo como inaceitável em sua forma atual. Segundo o Presidente Emmanuel Macron, é muito cedo para dizer se as proteções que estão sendo implementadas atenderão às condições da França. "Não estamos satisfeitos", disse ele em uma coletiva de imprensa. "Precisamos ter esses avanços para que o texto mude de natureza, para que possamos falar sobre um acordo diferente", afirmou.

Parlamentares e governos da UE chegaram a acordo provisório sobre as salvaguardas para limitar importações de certos produtos agrícolas, como carne bovina e açúcar, e suavizar a resistência. A Comissão Europeia também está preparando uma declaração prometendo padrões de produção alinhados.

* Com agências internacionais

Uol
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/12/19/presidente-da-comissao-europeia-segue-otimista-com-acordo-com-mercosul.htm