Segundo maior clube de Minas Gerais na atualidade, atrás apenas do Atlético e dividindo com este a representação do estado na série A do Campeonato Brasileiro, o América Mineiro está em tratativas para fechar um projeto de clube-empresa com o empresário norte-americano Joseph DaGrosa Jr., de acordo com informação da coluna Metrópoles, do jornalista Guilherme Amado. O clube já teria inclusive um termo de confidencialidade firmado e informou que vai convocar uma entrevista coletiva caso haja a conclusão do processo, segundo o jornal O Tempo, de Minas Gerais.
O bilionário americano já teria iniciado a captação de recursos para a criação de um fundo de investimentos que irá gerenciar três times nos próximos anos. Um seria o "Coelho" mineiro. Os demais, duas equipes europeias - uma de Portugal e outra da Bélgica. Joseph DaGrosa Jr. não é um novato no universo do futebol. Já foi acionista do francês Bordeaux e quase finalizou a compra do inglês Newcastle United, no final do ano passado.
Agora, DaGrosa Jr. planeja transformar sua empresa Kapital Football Group (KFG) em uma plataforma de negócios similar ao City Football Group, proprietário do Manchester City na Inglaterra, e que pertence ao Abu Dabi United Group e ao Sheik Mansour, dos Emirados Árabes.
Por conta da pandemia que afastou o público dos estádios e diminuiu drasticamente a renda dos clubes, o empresário acha que este é o momento certo de investir em equipes ao redor do mundo. "Há uma oportunidade para comprar equipes, pois os clubes precisam de dinheiro e procuram soluções que não sejam apenas aquele de vender seus jogadores. Nós estamos procurando clubes com boas academias, que desenvolvam jovens talentos", disse DaGrosa Jr. à CNN Sports.
Em junho deste ano, o Congresso Nacional aprovou medida provisória de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), hoje presidente do Senado, que criou o novo Sistema do Futebol Brasileiro. No seu bojo, vem o formato da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), que estabelece normas de governança, controle e transparência, instituição de meios de financiamento da atividade futebolística e previsão de um sistema tributário transitório. No novo modelo, o investidor que faça um aporte financeiro será responsável pela gestão do futebol, com a manutenção das cores, do escudo e do nome do clube.
Embalado pelas boas notícias, o América MG participou da 23° rodada do Brasileirão neste domingo e derrotou o Cuiabá por 2x0, na Arena Pantanal. Com o resultado, o Coelho é o 14° colocado com 27 pontos, afastando-se da zona de rebaixamento a qual já frequentou algumas rodadas atrás.
Já o Atlético Mineiro é o líder isolado do campeonato, com 49 pontos, 10 a mais do que o segundo colocado, o Palmeiras. O Cruzeiro, que dividiu por décadas a posição de melhor time mineiro ao lado do Atlético, convive há quase três anos com a realidade da segunda divisão do futebol brasileiro.
Ontem, o Cruzeiro venceu o Brasil de Pelotas por 2x0, melhorando sua situação na tabela, onde agora é o 12° colocado, com 35 pontos. A "Raposa da Toca" distanciou-se da incômoda zona de rebaixamento, que a jogaria para a terceira divisão e poria uma pá de cal em sua rica história. Por outro lado, ainda está longe do acesso - 13 pontos distante do quarto colocado na tabela, que é o Goiás.
Com esses altos e baixos, o futebol mineiro aparenta ser hoje o laboratório mais avançado em direção à figura jurídica do clube-empresa. O Atlético tem um forte patrocínio do Banco BMG, que já investiu cerca de R$ 120 milhões no clube e o deixou distanciado na ponta do Campeonato Brasileiro.
O Cruzeiro fechou recentemente parceria com a XP, para buscar soluções que o tirem da crise em que se encontra. Em recente evento empresarial deste banco, um de seus diretores chegou a convidar o palestrante virtual do dia - o espanhol Pepe Guardiola - para treinar o Cruzeiro na próxima temporada. Entre risos de todos, o atual técnico do Manchester City apenas comentou: "esse é um torcedor, só pode ser um torcedor do Cruzeiro".