Somente na renda variável, as ofertas públicas iniciais (IPO) somaram R$ 35 bilhões, de uma captação total de R$ 68 bilhões nesse segmento, envolvendo também fundos imobiliários e fundos de direitos creditórios
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou nesta quinta-feira, dia 8/07, que as empresas captaram o volume recorde de R$ 253 bilhões no mercado de capitais brasileiro no primeiro semestre. Esse montante representa 68% de tudo o que captado, entre renda fixa e variável, no total de 2020, que somou R$ 371 bilhões.
Na renda variável, o volume de operações totalizou R$ 68 bilhões, outro dado também inédito, sendo que, desse total, R$ 35 bilhões foram obtidos com ofertas públicas iniciais (IPO). Fundos imobiliários (FII) captaram R$ 26,8 bilhões, e os fundos de direitos creditórios (FIDC), somaram R$ 31,3 bilhões.
Nas debêntures, o volume captado nos primeiros seis meses do ano foi equivalente a 82% do total recolhido em 2020, ressaltando com isso que as companhias estão conseguindo lançar papéis com prazos mais longos, voltando a patamares de alongamento de antes da pandemia de Covid-19.
Na apresentação que fez ontem (quinta-feira), o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, do Banco ABC Brasil, disse que apesar de alguns percalços na primeira metade do ano, as emissões, sobretudo de ações, continuaram fortes. "Apesar de ter tido alguns adiamentos e cancelamentos no mercado de IPO, entendemos como uma coisa normal, é o mercado funcionando".
Para o segundo semestre, José Eduardo Laloni destaca que existem 29 empresas na fila para lançar ações, das quais 28 são de aberturas de capital.
Sobre os juros, com a Selic podendo atingir de 6% a 6,5% no final do ano, o vice-presidente da Anbima ressalta que ainda é um patamar baixo historicamente, considerando que o Brasil teve por anos taxas em dois dígitos. "A diversificação de carteiras veio para ficar", sentenciou o executivo.