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MP do racionamento de energia já causa controvérsias

MP do racionamento de energia já causa controvérsias

Redução obrigatória do consumo e contratação emergencial de termoelétricas serão algumas das medidas previstas pela MP

O governo federal prepara uma medida provisória para adoção do racionamento de energia em todo o País. A MP daria poderes para a administração pública criar um comitê de crise para adotar posições polêmicas como redução obrigatória do consumo e a contratação emergencial de termoelétricas. São medidas que foram adotadas em 2001, ano em que a população e as empresas tiveram que diminuir a carga de consumo em 20% para evitar o apagão. As informações são do Estadão/Broadcast. Segundo a coluna, o texto da MP vem sendo analisado em meio à pior crise hidrológica que o Brasil vive nos últimos 91 anos, sem perspectiva de chuvas para os próximos meses.

Em 2001, ano do racionamento, 90% da energia vinha de hidrelétricas, sendo que hoje a dependência da chuvas, de 68%, ainda é considerada alta. A diminuição da dependência hídrica se deu pelo advento de outras fontes de energia, como eólica, biomassa, solar e térmica a gás.

Pelas projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro Oeste devem chegar ao fim de novembro com apenas 7,9% de sua capacidade de armazenamento. Isso é praticamente a metade do nível registrado em 2014, e bem menos do que o visto em 2001, quando houve o racionamento de energia que pode se repetir este ano, segundo informação do Valor.

Em 2014, na crise mais recente, houve uma preocupação da população em melhorar o armazenamento nas casas. As vendas de caixas d'água dispararam e o equipamento passou a ser considerado "artigo de luxo", sumindo das casas de construção e tendo seus preços majorados quase que diariamente.

Um dos fóruns de debate da crise hídrica será a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, que se reúne nesta terça-feira, dia 15, em Brasília, informa o site MoneyTimes. "O Brasil vive a maior crise hidrológica da história e pode ter problemas com o fornecimento de eletricidade com efeitos deletérios para a sociedade e para a economia nacional", disse o deputado Christino Áureo (PP-RJ), um dos proponentes do debate. Para o deputado Danilo Forte (PSDB-CE), "as consequências dessa crise podem afetar a inflação e o crescimento do PIB". Para completar, ainda existe o risco de racionamento e dos perigosos blecautes, que num passado recente, assombraram a economia brasileira.

Quanto à medida provisória, o documento está sendo preparado às vésperas da votação no Senado do texto de privatização da Eletrobrás. A previsão é que o relator, senador Marcos Rogério (DEM-RO), apresente seu parecer para que o texto seja analisado nesta terça-feira, dia 15. Se for feita alguma alteração, a matéria voltará para segunda análise da Câmara de Deputados.