Comércio aposta no Dia dos Namorados para reverter cenário

Comércio aposta no Dia dos Namorados para reverter cenário

A semana que antecede o Dia dos Namorados deveria ser uma das mais quentes do ano para o comércio de rua e dos shoppings. Mas uma rápida circulada por um dos shoppings mais luxuosos da capital mostra que não é bem assim. Corredores vazios, como na noite de ontem, assustam os comerciantes e os empregados que dependem deles. Se as compras para a data de domingo andam lentas, o que esperar então a partir da próxima semana?


É verdade que parte desse movimento está acontecendo via compras on line. Mas o fechamento de pontos presenciais preocupa, pois representa desemprego. Só no Estado de São Paulo, mais de 20 mil lojas fecharam em 2020, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio. No Brasil, esse número aumenta para 75 mil, igualmente considerando o ano de 2020.

O aumento de 0,83% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também acendeu a luz vermelha no semáforo da economia nacional, pois foi bem acima dos 0,71% esperados pelo mercado. Considerando os últimos 12 meses, a inflação já alcança 8,06%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que está muito acima do previsto pelo Conselho Monetário Nacional, cuja estimativa estava entre 3,75% e 5,25%, na máxima.



Segundo indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o comércio presencial tem evolução menos favorável até que o de serviços, conforme divulgado por reportagem do jornal Valor. O problema são os que dependem de venda presencial e, muitas vezes, de aglomeração, como restaurantes, hotelaria, academias, cabeleireiros, dentistas e outros serviços de transporte como, por exemplo, o aéreo.
No comércio popular do Bom Retiro, muitos lojistas recorreram a programas do governo para suspender contratos ou reduzir jornadas, enquanto que linhas de crédito são as mais difíceis de conseguir, apontam os comerciantes. Se algumas lojas evitaram demissões, também não foram repostas as vagas perdidas em 2020.

Como hoje é quinta-feira, e faltam mais quatro dias para o Dia dos Namorados, o comércio de rua e de shoppings ainda têm expectativa de uma injeção de ânimo nas vendas. Afinal, se suportaram o pior no início da pandemia e no decorrer de 2020, a esperança se renova agora mesmo que por conta de alguns indícios macroeconômicos, como o recente anúncio do crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano e a previsão, do mercado, de um PIB até o final do ano na faixa dos 5,0%.