Foco. Gabriela Potter: vinho em lata para viagens e festas |
Vinho em lata cresce, vira moda e se torna nicho cobiçado

Vinho em lata cresce, vira moda e se torna nicho cobiçado

Empresas de diferentes portes disputam o setor, que cresceu junto com o consumo de vinho em meio à pandemia

Nathalia Molina ESPECIAL PARA O 'ESTADÃO'

Uma experiência despojada, de preço acessível e atenta à sustentabilidade. O vinho em lata abriu caminho no mercado brasileiro nos últimos anos e ganhou um atalho com o aumento do consumo da bebida no País em 2020, em meio à pandemia de covid-19. A pioneira do setor no Brasil já inaugurou um quiosque em março, na Praia de Ipanema, no Rio, e planeja começar a exportar. No entanto, o nicho está ficando cada vez mais disputado.

As latinhas da Mysterius chegaram ao mercado em março, com a bebida produzida pela Estância Guatambu, uma das proprietárias da empresa. "A gente queria uma linguagem leve e atraente, que fugisse do padrão dos vinhos. Muito do enfoque foi pensado para o público jovem que está migrando dos drinques e para quem já consumia um vinho reserva, mas não fica limitado à garrafa se vai para o campo ou para uma festa", diz Gabriela Potter, sócia da Guatambu.

A empresa estreou com vinho tinto seco e espumante, mas já prevê lançar variedades de branco e rosé. Vinícola butique, a Guatambu produz 120 mil garrafas por ano e projeta distribuir 60 mil latinhas da Mysterius para 2021.

Lançada no ano passado, a Lovin' Wine fechou uma parceria com a vinícola Casa Perini, que desenvolveu um frisante para a empresa. O presidente da empresa, João Paulo Sattamini, explica bem seu público-alvo: "Não é para um cara que lê Wine Spectator (respeitada publicação de vinhos), mas também não é um vinho barato, ruim. Logo no primeiro ano, ganhamos o prêmio Wines of Brazil Awards Gold com o rosé".

De setembro de 2020 a março de 2021, a Lovin' - que se define como uma startup do vinho - faturou R$ 1 milhão. O primeiro lote, de 15 mil latas, previsto para durar uns três meses, foi vendido em menos de 30 dias. "Foram dois motivos: o consumo de vinho cresceu 30% na pandemia e a venda online de vinho cresceu acima de 50%", diz o executivo. A Lovin' espera faturar R$ 5 milhões neste ano.

Pioneira. A Vivant Wines, pioneira no vinho em lata no Brasil, quer atingir R$ 23 milhões de faturamento em 2021, ante R$ 6 milhões do ano anterior. Quer também quer exportar, começando por países como Peru e Paraguai, conta o presidente da Vivant, Alex Homburger.

Com intuito de reforçar a identidade do produto, a empresa abriu um quiosque na orla de Ipanema. "O Rio recebe muitos turistas o ano inteiro, então não atinge só o carioca. A praia para a Vivant é muito importante, assim como a piscina."

E logo o setor deve ganhar ainda mais concorrência. A Vinícola Góes, em São Roque (SP), prepara a chegada de sua linha, batizada Sauv, até o início de maio, em sua loja virtual.

O Estado de S.Paulo
https://pme.estadao.com.br/noticias/geral,vinho-em-lata-cresce-com-informalidade-e-adeptos-da-sustentabilidade,70003681259