Imagem: Agência Brasil
PF prende mandantes da morte de Marielle Franco e STF forma maioria para manter decisão

PF prende mandantes da morte de Marielle Franco e STF forma maioria para manter decisão

O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil), o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-delegado chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram presos neste domingo, dia 24, em uma grande operação da Polícia Federal, acusados como mandantes da execução da vereadora Marielle Franco, em 2018, no centro do Rio.

A PF assumiu o caso assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reconduzido ao cargo para seu terceiro mandato, em janeiro de 2023. Até então, as investigações se arrastavam sob o comando da Policia Civil do Rio. A decisão da prisão dos três envolvidos considerados os responsáveis pela morte de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, foi do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.


Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa - Divulgação

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou na noite de domingo que as investigações da PF indicaram que a regulação fundiária seria uma das motivações do crime. Marielle Franco se opunha justamente a um grupo formado por milicianos que, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, queria forçar a regularização de terras para usá-las com fins comerciais, enquanto o grupo da vereadora queria destinar as áreas para fins sociais, com fins de moradia popular.

Em suas investigações, a Polícia Federal contou com as delações premiadas de dois ex-policiais militares: Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson; e Élcio de Queiroz, que dirigia o carro de onde partiram os disparos. Os dois ex-PMs estão presos e serão conduzidos a juri popular.

A 1ª Turma do STF já formou maioria de votos para manter a prisão dos mandantes do assassinato da vereadora carioca. A ministra Cármen Lúcia e Cristiano Zanin referendaram a decisão de Alexandre de Moraes, relator do caso, assim como o novo integrante da Casa, Flávio Dino, o fez agora pela manhã. Falta apenas o voto do ministro Luiz Fux.

Na mesma noite de domingo, o União Brasil, partido ao qual pertencia o deputado federal Chiquinho Brazão, anunciou sua expulsão dos quadros da sigla. Pelo menos duas deputadas de diferentes partidos e estados também anunciaram que pedirão a cassação do mandato do parlamentar à mesa-diretora da Câmara Federal.