O Ibovespa fechou a semana com uma queda de 1,38%, aos 103.618 pontos. Mas a surpresa do pregão desta sexta-feira, dia 10, foi a disparada das ações da Hapvida (HAPV3), que subiram 27,31% na sessão. Foi uma retomada de fôlego para a operadora de saúde, que nos últimos dias sofreu um pesado revés em suas finanças.
Na véspera (quinta-feira, dia 9), os papéis despencaram 33,56% e causaram uma perda de R$ 7 bilhões para a companhia em um só dia. No geral, uma desvalorização de mercado da ordem de R$ 18,2 bilhões (de R$ 32 bilhões para R$ 13,8 bilhões) em apenas sete pregões. A virada negativa começou com a apresentação dos números do quarto trimestre de 2022. Depois, houve desdobramentos com a informação de que a operadora poderia emitir ações, apesar de as cotações terem atingido mínimas históricas.
A visão de analistas da XP, apresentada nesta sexta-feira pelo site InfoMoney, é de que a Hapvida piorou devido ao mercado estar perdendo força e a empresa mostrar sinais mais fracos de adições líquidas; sinistralidade demorando mais para se normalizar após um período muito difícil e se tornando estruturalmente mais alta do que os níveis pré-pandêmicos; e o o risco de a empresa precisar emitir ações para diminuir a sua alavancagem financeira, consequentemente diluindo os atuais acionistas a um preço por ação inferior ao IPO. Ainda na visão da XP, sua avaliação em relação ao papel é muito cautelosa, embora ainda se detecte um potencial em relação ao preço atual.
Em resposta ao noticiário dos últimos dias sobre as alternativas para levantar capital, a Hapvida prestou alguns esclarecimentos ao mercado no meio da semana, na sequência das seguidas quedas dos papéis da operadora de planos de saúde. A companhia destacou que está avaliando alternativas para fortalecer sua estrutura financeira, o que inclui a possibilidade de realizar um aumento de capital por meio da emissão de novas ações.
A empresa destacou ainda que vem estudando mecanismos para melhorar sua estrutura de capital, incluindo um operação de venda e locação de ativos relevantes. Durante a semana, o jornal Valor noticiou que a Hapvida colocaria à venda dois ativos para enxugar sua estrutura. De acordo com o jornal, a operadora estaria colocando à disposição do mercado ativos considerados não estratégicos - a Resgate São Francisco, de transporte de paciente; e a Maida, empresa de tecnologia voltada à saúde.