A Embraer apresentou, em evento realizado no início de dezembro em São José dos Campos (SP), seus novos conceitos de aeronaves, como parte dos avanços do programa "Energia" - iniciativa da empresa para zerar as emissões de poluentes na indústria da aviação até 2050.
Um ano após o evento "Sustentabilidade em Ação", a Embraer detalhou o estudo de quatro novos conceitos de aeronaves movidas a novas tecnologias e energias renováveis. A empresa tem focado em dois projetos de 19 a 30 lugares, com propulsão elétrica híbrida e elétrica a hidrogênio. As pesquisas têm sido desenvolvidas com base na experiência técnica de 50 anos da empresa, contribuições externas de companhias aéreas e estudos conjuntos com fabricantes de motores. Os dois projetos oferecem um caminho tecnicamente realista e economicamente viável para zerar as emissões de carbono.
Os quatro aviões apresentados pela Embraer serão movidos a energia limpa, sendo que dois terão propulsores híbridos-elétricos e dois hidrogênio-elétricos. Independentemente da motorização, os jatos do futuro precisarão ter estrutura para voar a 30 mil pés de altitude e suportar temperaturas de até - 60ºC.
Segundo o planejamento da Embraer, a ideia é que as aeronaves híbrido-elétricas estejam prontas até 2030. A previsão para que os aviões movidos a propulsores a hidrogênio entrem em operação é um pouco mais longa, e alcança 2035.
De acordo com Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, a companhia estabeleceu metas ousadas, mas realistas, para que esses conceitos cheguem ao mercado. "Desde que anunciamos nossos conceitos Energia, no ano passado, estivemos avaliando diferentes arquiteturas e sistemas de propulsão. Esses esforços resultaram nas atualizações de nossos conceitos que compartilhamos hoje", disse. O executivo destacou ainda a participação de algumas companhias aéreas no Conselho Consultivo do programa Energia: "A experiência e o conhecimento que trazem para o estudo serão fundamentais para acelerar para as próximas fases."
Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de Engenharia, Tecnologia e Estratégia Corporativa da Embraer, completou: "Como as novas tecnologias de propulsão serão aplicadas pela primeira vez em aeronaves menores, a Embraer está em uma posição única. Os aviões de 19 e 30 lugares são pontos de partida mais adequados para estudos focados, uma vez que devem apresentar prontidão técnica e econômica mais cedo". Além disso, Affonso reforça os avanços que já têm ocorrido nas últimas décadas: "Embora os desafios de uma aviação com zero emissão de carbono sejam significativos, em menos de 25 anos nossas aeronaves comerciais já reduziram o consumo de combustível e as emissões de CO2 em quase 50% com base em assento/milha, usando apenas combustíveis convencionais e propulsão - estou convencido de que podemos zerar as emissões de poluentes."