Há quase um ano, no dia 28 de julho de 2021, a plataforma de serviços de tecnologia e finanças Traders Club (TC) promoveu um ruidoso IPO na B3. Na véspera do lançamento, teve até uma apresentação exclusiva do DJ Alok para um grupo seleto de convidados. No dia de estreia, as ações precificadas em R$ 9,50 dispararam mais de 30%, fechando o pregão a R$ 12,60.
Foi um momento certamente divino para os empreendedores e novos acionistas da startup. Só que durou pouco. Ao lado de diversos outras empresas que se arriscaram no "boom" das ofertas públicas iniciais, os preços dos papéis não se sustentaram. Logo estavam caindo, para registrar uma desvalorização que hoje chega a 64%, sendo 25% neste ano de 2022.
Não bastassem os tempos ruins na bolsa, há menos de uma semana, a plataforma se viu envolvida com más notícias divulgadas na imprensa. A revelação de um vídeo e a acusação de manipulação do mercado foi levantada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, sem contudo fornecer mais detalhes sobre o assunto. No vídeo que circulou na internet, uma mulher maquiada como um palhaço afirma que a empresa tem como prática a manipulação de mercado, com uso de informações privilegiadas, e questiona os resultados do fundo de um dos sócios do TC, Pedro Albuquerque.
No mesmo dia da divulgação da notícia, o TC refutou as acusações e disse, em fato relevante, que não tinha conhecimento de qualquer procedimento administrativo sancionador instaurado e em andamento perante a Comissão de Valores Mobiliários.
A administração do Traders Club disse, posteriormente, que irá compartilhar com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) "quaisquer informações que consiga reunir" sobre os autores do citado vídeo, que circula nas redes sociais e em grupos de Whatsapp com acusações contra a empresa. O caso tem sido acompanhado pela equipe jurídica interna e escritórios de advocacia, segundo a empresa revelou ao jornal Valor.
"O TC está adotando as medidas legais cabíveis para identificação e responsabilização dos autores do vídeo, bem como para impedir a disseminação de informações inverídicas e infundadas acerca de seus negócios e de seus colaboradores, em especial se divulgadas com o intuito de manipular a cotação dos valores mobiliários de sua emissão", informou a plataforma em nota.