A ACWA, companhia saudita de energias renováveis, realizou sua oferta pública inicial de ações nesta segunda-feira, dia 11/10, na bolsa de Riad, capital da Arábia Saudita. A expectativa de movimentar US$ 1,2 bilhão se confirmou, com uma valorização de 30% no preço médio da unit, que passou a valer US$ 14,93 cada, no teto do preço estipulado. Com esse desempenho, a empresa atingiu um valuation de US$ 14,2 bilhões.
Conforme era esperado, a operação foi a maior na bolsa local desde o IPO da Aramco, companhia petroleira que movimentou US$ 29,4 bilhões na oferta promovida em dezembro de 2019 - uma das maiores negociações do gênero em todo o mundo, atrás apenas da chinesa Ant Financial, que bateu o recorde com os US$ 30 bilhões alcançados em outubro de 2020. Nos EUA, o maior IPO foi da Alibaba, de US$ 25 bilhões.
O crescimento da ACWA é uma aposta do governo saudita, principal acionista da empresa por intermédio de dois fundos de investimento, na procura de energias renováveis em meio à crise mundial do petróleo. O combustível fóssil assiste a uma exuberância de preços no presente momento, ao mesmo tempo em que seus produtores são questionados quanto aos problemas ambientais causados pelas altas emissões de carbono na atmosfera.
A proposta do governo, capitaneada pelo príncipe Mohamed bin Salman, é que o país diversifique em cerca de 70% sua capacidade de uso de energias renováveis até o ano de 2030, pretendendo dessa forma não ficar para trás na busca de energias consideradas "limpas". É exatamente aí que entra a ACWA, projeto estratégico nacional que produz eletricidade com o uso de hidrogênio e energia eólica, mas também tem um olhar para projetos de dessalinização no Oriente Médio, Ásia e África, continentes onde já está atuante.
Os bancos subscritores da oferta pública da ACWA foram JP Morgan, Citigroup, Riyadh Capital e Natixis.