Márcio Toledo e Octávio Florisbal | Imagem: Divulgação / Reprodução
Com Octávio Florisbal na direção da Globo, Jockey Club de São Paulo marcou época

Com Octávio Florisbal na direção da Globo, Jockey Club de São Paulo marcou época

Cyro Fiuza

A morte de Octávio Florisbal esta semana, em São Paulo, foi lembrada por vários veículos de comunicação além da própria Rede Globo, onde o executivo foi diretor-geral entre 2002 e 2012, quando deixou a função e passou para o Conselho de Administração da empresa da família Marinho.

Em 2006, no pleno exercício do cargo, Octávio Florisbal esteve presente nas festividades do Grande Prêmio São Paulo, quando o então principal páreo do turfe brasileiro ganhou a denominação de GP Sao Paulo Rede Globo. Nesse ano e em mais três (2008, 2009 e 2010), o Jockey Club teve o apoio total da emissora na preparação do grande evento.



O Rei Pelé foi o padrinho do GP São Paulo Rede Globo 2008

Presente na primeira edição da parceria (2006), Octávio Florisbal continuou prestigiando a festa por intermédio do diretor de Programação da Globo em São Paulo, Antonio Zimmerle, que atuou diretamente na construção de todos os grandes prêmios ao lado do então presidente do Jockey Club, o empresário Márcio Toledo.

Nesse período, diversas personalidades compareceram às festividades realizadas todos os anos no mês de maio. Renato Aragão, Ana Maria Braga, Hebe Camargo, João Carlos Martins, Galvão Bueno e Padre Marcelo foram algumas delas, além de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, vindo à convite de seu amigo e diretor de Marketing do Jockey, Aníbal Massaíni.

Paulo Daunt Marinho, Márcio Toledo e Antonio Zimmerle 

Na segunda edição da parceria, em 2008, a emissora enviou para representá-la um jovem diretor, Paulo Daunt Marinho, recebido por Toledo e Zimmerle nas tribunas do Hipódromo Paulistano. Anos depois, em 2019, Paulo passou a exercer a co-direção da Globo ao lado do jornalista Carlos Alberto Schroder (sucedeu Florisbal em 2012), e por fim foi efetivado diretor-geral em 2021.

A parceria não representou apenas um movimento de trazer celebridades ao hipódromo. A cobertura jornalística feita pela Globo alcançou o mesmo patamar do que a emissora fazia nos estádios de futebol, nos autódromos ou nos shows musicais. A equipe técnica era composta por dezenas de profissionais, com quatro câmeras em diferentes pontos das arquibancadas e da pista e também uma câmera móvel colocada em uma picape com um potente "canhão" para acompanhar o páreo.



O GP São Paulo Rede Globo também era transmitido ao vivo para todo o Brasil, nos intervalos dos jogos de domingo do Campeonato Brasileiro, assim como os veículos da rede (TV, rádio, revista Quem, portal G.1 e jornal O Globo) faziam uma cobertura completa das festividades. No final de 2010, o hipódromo abrigou um grande show musical promovido por uma empresa de eventos da Globo, e tendo o rapper norte-americano Eminem como principal atração.

O show teve casa cheia, com mais de 20 mil pessoas, em um evento organizado um dia antes da realização do GP Derby Paulista Shadwell Farm. Com uma logística única - mais de 500 pessoas trabalhando durante toda a madrugada até as primeiras horas da manhã - a pista de grama estava pronta para receber os cavalos no início da tarde daquele mesmo sábado. Detalhe: o show de Eminem foi considerado o embrião do evento musical que hoje domina o cenário do rock paulista - o Lollapalooza.

Com o fim da segunda gestão de Márcio Toledo no clube, em fevereiro de 2011, a diretoria seguinte não se preocupou em dar sequência à parceria construída durante anos com a Rede Globo. Não demorou para que o Grande Prêmio Brasil, disputado em agosto na Gávea (RJ), retomasse a condição de principal prova do turfe brasileiro já a partir daquele mesmo ano, o que se mantém até os dias atuais.