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Threads, nova plataforma de mensageria do Meta, causa polêmica horas após entrar no ar

Threads, nova plataforma de mensageria do Meta, causa polêmica horas após entrar no ar

Lançada nesta quarta-feira, dia 5, a nova rede social do Grupo Meta, batizada de Threads, amealhou mais de 30 milhões de seguidores entre os Estados Unidos, Reino Unido e Brasil - num total de 100 países - em suas primeiras 18 horas de funcionamento.

A informação foi divulgada pelo próprio Mark Zuckerberg, dono da Meta, holding que controla Facebook, Instagram e WhatsApp. O plano faraônico do empresário norte-americano é atingir um bilhão de usuários. O concorrente líder do segmento, o Twitter, de Elon Musk, conta hoje com 200 milhões de usuários.

Ocorre que, passados apenas três dias de sua entrada no ar, a plataforma já está sendo acusada de captar dados bancários, históricos de navegação, compras e até de saúde e condicionamento físico. Com isso, viola, por exemplo, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor no Brasil.

Usuários que estão se cadastrando na nova rede reclamaram da lista de informações vinculadas às contas que a companhia terá acesso, que incluem dados bancários, localização, preferências e outros. Ouvidos pelo jornal Valor, especialistas na área jurídica apontam que a Meta viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).



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Ao criar uma conta no Threads - que é vinculado a outro aplicativo, o Instagram -, o usuário precisa aceitar as condições do termo de uso, que incluem ceder informações de histórico de compras, dados bancários, localização, informações de contato e até dados relacionadas à saúde. Foi justamente por causa disso que o Threads ainda não estreou nos países da União Europeia, onde uma legislação rigorosa de proteção aos dados vem sendo implementada pelas autoridades.

Outro problema que poderá envolver a Justiça: o Twitter notificou a Meta de forma extrajudicial, com alegações de quebra de segredos comerciais no desenvolvimento do Threads. O documento, obtido pelo site Semaphor, inclui uma ameaça de processo civil, com medida cautelar, para prevenir danos, segundo informação veiculada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

O advogado que assina a carta, Alex Spiro, afirma que a Meta contratou dezenas de ex-funcionários do Twitter com acesso a documentos e aparelhos eletrônicos da rede social para desenvolver uma cópia: o Threads.

O diretor de comunicação da Meta, Andy Stone, publicou no próprio Threads que as acusações da rede social de Elon Musk não se sustentam. "Ninguém no time de engenharia por trás do Threads é ex-funcionário do Twitter".

Segundo a notificação do Twitter, os ex-funcionários continuam tendo acesso a segredos comerciais da rede social, o que não deveriam fazer. A plataforma de mensageria demitiu cerca de quatro mil funcionários desde que Musk comprou o negócio, em outubro do ano passado, por US$ 44 bilhões.

Alex Spiro, alega que a Meta tinha ciência da situação e contratou essas pessoas de forma intencional para desenvolver uma rede social similar ao Twitter. Essa atitude violaria leis federais e estaduais dos EUA, diz o representante legal. O documento enviado à Meta também pede que a holding de Mark Zuckerberg não baixe informações de usuários e páginas do Twitter sem autorização.