Imagem: Divulgação Claro
Operadoras de telefonia avançam no mercado de energia e começam a prestar serviços

Operadoras de telefonia avançam no mercado de energia e começam a prestar serviços

Em meio aos desafios e grandes investimentos impostos pelo advento do Sistema 5G no país, operadoras de telefonia se preparam para entrar para valer em outro grande mercado nacional, o de energia elétrica.

Claro e Oi foram as primeiras a buscar esse novo mercado, colocando na rua iniciativas para oferecer energia solar por assinatura a pessoas físicas; um serviço contratado online, de forma simples e dispensando instalações, que pode, segundo essas empresas, atingir uma redução na conta de luz mensal.

Segundo a agência Reuters apurou e o site Infomoney publicou recentemente, a "assinatura solar" oferecida pelas operadoras não envolve instalação de painéis solares ou adaptações no próprio local de consumo de energia. Ao contratar o serviço, os clientes são vinculados a uma usina solar remota - geralmente construída e operada por um terceiro -, classificada como "geração distribuída compartilhada".

A energia gerada por esse empreendimento é injetada na rede elétrica e revertida em "créditos" que serão abatidos do valor final que os consumidores pagam pela energia elétrica, um negócio que parece interessante para empresas e clientes.

"A companhia tem olhado para esse mercado com atenção e, baseado nos nossos resultados, não descarta a possibilidade de ampliar para outras regiões", disse Hamilton Silva, diretor de Infraestrutura da Claro, a primeira a ofertar o serviço, em julho do ano passado.

Oferecendo energia renovável para clientes de telecom pessoa física nos Estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, a "Claro Energia" promete 10% de economia em relação à tarifa de energia do mercado regulado.

À Reuters, as operadoras de telecom disseram enxergar a energia solar, que cresce a taxas de dois dígitos no Brasil, como um serviço atrativo e que pode agregar aos seus negócios, compondo uma oferta mais completa de produtos a seus clientes.

A avaliação é que as operadoras contam com importantes diferenciais competitivos para conquistar o cliente pessoa física, como a possibilidade de ofertar bônus e descontos em seus serviços de telecom.

O consumidor recebe um boleto da operadora referente à sua assinatura solar e outro da distribuidora de energia, no qual deverá pagar outros itens da conta de luz, como taxas e impostos.



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A Oi ingressou nesse mercado em Minas Gerais, mas já projeta expansão. "Começamos oferecendo para colaboradores e expandimos para clientes da Oi em baixa tensão. Pretendemos ampliar para diversas praças do Brasil à medida que a gente feche novos contratos de capacidade de geração", revelou Bernardo Estefan, gerente de Novos Negócios da Oi.

Outras operadoras também miram esse mercado. A Vivo informou que já oferece o serviço em parceria com a SouVagalume (subsidiária da paulista Comerc Energia) um produto pelo qual empresas podem obter créditos com compartilhamento de energia solar, e que "avalia constantemente novas oportunidades no mercado".

Já a Algar Telecom desenvolve, junto à (re)energisa, do grupo Energisa, de Uberlândia, uma solução que fornecerá energia fotovoltaica para os clientes de micro e pequenas empresas em Minas Gerais.

A TIM, por sua vez, está em busca de parceiros, tendo cinco deles em vista para desenvolver um marketplace que vai oferecer aos seus assinantes eletricidade produzida dentro do conceito de geração distribuída. A informação é dos sites Minha Operadora e Mobile Time, este o organizador do MobiXD realizado ontem, dia 16, em São Paulo.

Os clientes da TIM poderão comprar energia produzida com fontes renováveis, como solar e eólica, por meio de uma oferta da operadora, obtendo um desconto na conta de luz, em comparação com aquela distribuída tradicionalmente.

O projeto começou há algum tempo, como revelou o executivo Renato Ciuchini, da TIM, no MobiXD. A operadora fez análise de mercado, estudou as oportunidades e como o setor deve se desenvolver no futuro, definindo um modelo de negócio. De acordo com o vice-presidente de estratégia e transformação da operadora, hoje não existe empresa que atue nas 27 unidades federativas do Brasil. "Vamos começar possivelmente em fases, mas temos que começar já com algo relevante e com um roadmap muito claro de expansão".

A região para iniciar o novo projeto ainda depende da escolha de parceiros. Para a TIM, não basta que a empresa tenha a melhor oferta, já que precisará oferecer uma capacidade de entrega de energia, que é hoje uma das maiores restrições do setor. Além disso, é essencial que ela possa fazer investimentos para expansão da iniciativa.

A operadora chama de plataforma de clientes a base de seu projeto, a qual opera no modelo de "channel as a service", ou canal como serviço. A TIM também promoverá a marca ao associá-la ao seu ecossistema de serviços.

"Quando falamos em entrar em novos negócios, não queremos desenvolver do zero. A TIM atua como parceira, funcionando como um canal de baixo custo. Com isso, o parceiro pode oferecer um preço mais agressivo para os clientes. A TIM consegue colocar isso na oferta core e oferecer para a base, promovendo um crescimento acelerado desse produto. A operadora monetiza isso de diferentes formas", explicou Renato Ciuchini durante o MobiXD.

Para que a oferta funcione, os parceiros também precisam trazer algum diferencial que o cliente não encontrará no mercado. No caso dos consumidores de energia renovável, eles terão desconto na fatura, sem necessidade de investimento em equipamento de geração, com uma jornada digital e benefícios exclusivos. Essa parceria da TIM terá o suporte do C6 Bank, que já atua junto à operadora.