A Google e a portuguesa EDP Renewables (EDPR), por meio de sua divisão norte-americana, assinaram acordo para o desenvolvimento e instalação de mais de 80 projetos solares fotovoltaicos, que vão totalizar 650 megawatts (MWp) de geração distribuída.
A previsão é que os primeiros projetos estejam operacionais até o fim de 2024, em uma iniciativa que contempla seis estados nos Estados Unidos. É o maior acordo já celebrado entre as duas corporações para o desenvolvimento de energia solar no país, segundo a S&P Global e da agência BloombergNEF (BNEF).
Os primeiros projetos terão início no Estado do Ohio, onde a Google opera um campus de centro de dados em New Albany e tem uma Google Cloud em Columbus. No total, os sistemas solares desenvolvidos em seis estados dos EUA terão a responsabilidade da EDPR NA DG nas fases de desenvolvimento, construção e operação dos parques solares fotovoltaicos.
O desenvolvimento destes parques será parcialmente financiado pela aquisição de Certificados de Energia Renovável (RECs, na sigla original) pelo Google, um instrumento que certifica que um determinado comprador tem os direitos dos benefícios ambientais e sociais da eletricidade produzida por um determinado projeto renovável.
O Google começou a colaborar com a EDPR há quase dois anos, para desenvolver uma iniciativa de energia limpa que promova a transição energética e reduza o custo com energia para as comunidades - os ImpactRecs. Esse acordo tem por objetivo democratizar o uso de energia limpa, tornando os seus benefícios acessíveis a famílias que vivem em vulnerabilidade social. Estima-se que cerca de 25 mil famílias de baixa renda ou renda moderada poderão ser beneficiadas pelo projeto.
Segundo o diretor de Gestão de Energia do Google, Sana Ouji, "o custo desproporcional da energia continua sendo uma barreira para que o alcance de uma transição energética justa. Em parceria com a EDPR NA DG, pretendemos reduzir a despesa com energia nas comunidades onde operamos, enquanto avançamos para o nosso objetivo energético de eliminarmos as emissões de carbono".
O CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, afirmou: "Estamos muito satisfeitos com este acordo com a Google, que vai permitir desenvolver um número substancial de projetos de energias renováveis enquanto cuidamos de comunidades mais desfavorecidas. A tão necessária transição para formas mais limpas de produção e utilização de energia não deve deixar ninguém para trás e esta parceria com o Google permite-nos garantir que isso não aconteça, tornando a eletricidade mais limpa e, ao mesmo tempo, acessível a um número maior de famílias".
Para além da compra da ImpactRECs, o programa inclui a criação de um fundo de impacto comunitário avaliado US$ 12 milhões, que vai focar em iniciativas de redução da pobreza energética nas comunidades onde os projetos serão construídos. Com esta parceria e a criação desse mecanismo de responsabilidade social, Google e EDP Renováveis esperam adotar medidas que são consideradas essenciais na transição para um futuro mais verde.
O Google tem como meta neutralizar suas emissões de carbono até 2030, por meio do uso exclusivo de fontes renováveis de energia. De acordo com uma pesquisa da BloombergNEF (BNEF), a companhia foi a terceira maior compradora privada de energia renovável do mundo, em 2022, com 1,6 GW, sendo superada apenas pela Amazon, com 10,9 GW; e Meta, com 2,6 GW.
No ano passado, o Google inaugurou o campus Bay View. Localizado na cidade de Mountain View, na região do Vale do Silício, Califórnia, a nova instalação faz uso exclusivo de energia renovável, inclusive com um sistema de painéis de energia solar que, pelo seu design inovador, foi batizado de "escamas de dragão".