"O Solista"-"The Soloist", Reino Unido, França, Estados Unidos, 2009 Direção: Joe Wright, Netflix |
''O Solista'', história real de uma amizade quase impossível, por Eleonora Rosset

''O Solista'', história real de uma amizade quase impossível, por Eleonora Rosset

Essa é a história real do encontro de dois homens em tudo diferentes. Um deles é um dos 90 mil sem teto que, na época, viviam nas ruas de Los Angeles. O outro, um jornalista que procura uma história para sua coluna no "Los Angeles Time".

Atraido pelo som de um violino, ele vai na direção do homem que toca o intrumento e consegue um som bonito com apenas duas cordas. As outras faltavam.

Steve Lopez (Robert Downey Jr) decide que vai escrever sobre o músico em sua coluna. Mas o contato inicial é difícil. O jornalista não sabia que teria de lidar com uma pessoa tão complicada.

Fica sabendo que o violinista estudara violoncelo na Julliard School. Nathaniel Ayers (Jamie Fox) frequentara apenas por dois anos essa famosa escola de Nova Yok, mas desistira.

O jornalista quer tirá-lo do lugar barulhento onde ele mora. Mas ele não quer. Diz que é lá o melhor ambiente para escutar seu amado Beethoven.

E Lopez se pergunta: por que o homem não quer sua ajuda?

Um leitor da coluna, comovido, manda um violoncelo de presente para Nathaniel. Quase que Lopez tem que obrigá-lo a aceitar o presente. O jornalista ainda não sabia com quem estava falando.

A explicação do comportamento de Nathaniel é um diagnóstico. Sua mente delirava, alucinava, ouvia vozes mas só nisso é que era diferente. No mais parecia um ser humano normal. Só que não havia comunicação. Ele vivia num mundo só dele.

Mas como ele tinha um dom musical evidente, ficava difícil acreditar na doença mental. E esse é o ponto doloroso dessa história.

Os dois ficaram amigos no sentido de que o jornalista se empenhava em ajudar o outro e ficava exasperado com a teimosia de Nathaniel que insistia em fazer tudo a seu modo.

Assim, não largava nem um minuto do carrinho de supermercado com seus pertences amarrados para não se perderem. Uma imagem concreta da mente de Nathaniel. Está tudo ali mas ele não pode usar.

A verdade é que lidar com uma pessoa esquizofrênica é muito decepcionante. É uma experiência feita de frustração para quem não aceita ou não entende o que está acontecendo.

E Lopez vai conseguir levar Nathaniel a um concerto. Beethoven, o preferido do músico. A emoção dos dois foi compartilhada na esperança do jornalista e nas lágrimas de Nathaniel. Finalmente foi criado um elo entre os dois.

Quem for ver o filme deixe suas expectativas de lado e aprenda como é difícil lidar com doença mental.Tanto para quem a vive, quanto para quem convive, de algum modo, com uma pessoa assim, que vive num mundo diferente do nosso.

(O trailer está no meu blog: www.eleonorarosset.com.br)