Um filme divertido, com muita ação, a irmã caçula de Sherlock Holmes e um assassino misterioso. Muito bom!

Esse filme divertido e cheio de ação é a continuação do primeiro, que conta a história da irmã caçula de Sherlock Holmes, Enola Holmes (Millie Bobby Brown).

Ela é engraçada, inteligente e já crescidinha nesse segundo filme. Bonita sem grandes vaidades, ela quer abrir seu próprio negócio, uma agência de detetive, e consegue. Só que os clientes que aparecem ou acham que estão falando com a secretária ou se espantam com a juventude da detetive; vão procurar gente mais velha.

Até que chega uma menina, Bessie (Serrana Su-ling Bliss), que confia em Enola Holmes e pede que a ajude a encontrar sua irmã desaparecida. Ela, que ia desistir do trabalho, ganha novas forças e vai com Bessie até a fábrica de fósforos onde as duas irmãs trabalhavam.

O filme inspira-se num evento real em Londres em 1888. As operárias de uma fábrica de fósforos entram em greve lideradas por Sarah Chapman (Hannah Dodd), a irmã desaparecida do filme. Reclamavam da longa jornada de trabalho de 14 horas, do salário injusto e do perigo para suas vidas, no contato direto com o ar impregnado de fósforo branco tóxico.

Tinha sido na fábrica que Bessie vira sua irmã pela última vez.

Esse caso vai aproximar os irmãos Enola e Sherlock (Henry Carvill). Vemos quando o leva para casa. Bêbado. O caso atual do irmão estava tão parado quanto o dela. Mas Sherlock vai começar a respeitar mais a brilhante irmãzinha que ele tem.

Enola é observadora de detalhes como o irmão, corajosa e sabe muito sobre artes marciais, estratégias de xadrez e jogos de palavras. Tudo isso lhe foi ensinado por sua mãe, a excêntrica Eudora (Helena Bonham Carter). Ela vai receber sua ajuda inesperada nesse caso.

Lord Tewkebury (Louis Partridge), o solteiro mais cobiçado de Londres, não esconde seu encanto com Enola. A cena da lição de dança no banheiro é especialmente romântica e mostra Enola feminina e seduzida. Dura pouco o momento, no entanto, porque ela já tem que correr da polícia (David Thewlis).

O tema principal do filme é o poder das mulheres quando se unem, o empoderamento feminino. Enola é tão perspicaz quanto o seu irmão mas muito mais empática com as pessoas. Quando a quarta parede teatral é derrubada e Enola olha diretamente para a plateia, ela esbanja charme e graça. Revira os olhos, explica algo com um gesto e até pede socorro. A plateia se sente vivendo toda a aventura grudada nela.

Desenhos delicados e animados pontuam cenas com a personagem desaparecida, a linguagem das flores e das danças, dando um toque delicado à narrativa do filme.

"Enola Holmes 2" é um divertimento de boa qualidade, tanto pelo roteiro de Jack Thorne e a direção de Harry Bradbeer, quanto pela atuação dos atores, a produção de arte e os figurinos que nos levam para a Londres do século XVIII.

Você não vai ver o tempo passar.

( O trailer está no meu blog www.eleonorarosset.com.br )