Cinco candidatos e candidatas disputam hoje, entre 9 e 17 horas, uma das eleições mais concorridas dos últimos pleitos da Ordem dos Advogados de São Paulo (OAB-SP).
A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), fundada em 1932, contará, pela primeira vez em sua história, com uma chapa com duas advogadas disputando o cargo máximo da entidade que congrega 406 mil inscritos, dos quais cerca de 350 mil estão aptos a votar hoje, sendo 50,3% mulheres.
A advogada criminalista Dora Cavalcanti tem como vice Lázara Carvalho, uma especialista em direito do trabalho e no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica. Entre seus apoiadores estão Marco Aurélio Carvalho, Celso Vilardi, José Luis Oliveira Lima, Augusto de Arruda Botelho, Flavia Rahal e Floriano de Azevedo Marques.
Patrícia Vanzolini, advogada criminalista, é outra candidata oposicionista, tendo como vice o também criminalista Leonardo Sica. Ela conta com o apoio do ex-presidente da OAB-SP, Marcos da Costa.
O candidato situacionista é o atual presidente da entidade, Caio Augusto Silva dos Santos, que vai enfrentar as duas candidatas e mais os oposicionistas Mário de Oliveira Filho e Alfredo Scaff.
As duas candidatas têm em comum bandeiras mais progressistas. A paulista Dora Cavalcanti tem escritório na região dos Jardins e formou-se na USP, onde atuou no movimento estudantil. Patrícia Vanzolini nasceu durante o exílio político de seus pais, em Santiago do Chile, vindo a morar em São Paulo quando tinha apenas um ano de idade. Formada na PUC-SP, possui escritório na região da avenida Paulista e é professora de Direito Penal na Universidade Mackenzie.
A representatividade feminina na categoria é outra bandeira das duas candidatas. "Está na hora de conter o machismo e o racismo estrutural. Basta olhar a galeria de retratos da OAB. Na última eleição, nenhuma mulher foi eleita presidente em nenhuma seccional", conta Dora Cavalcanti.
Entre os cinco nomes postos, Dora Cavalcanti é quem já atuou em casos de maior repercussão, a começar pela Lava Jato, quando trabalhou na defesa da Odebrecht e enfrentou o juiz Sérgio Moro. Ela foi sócia do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (morto em 2014) e presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), entidade sediada no centro de São Paulo que reúne alguns dos mais proeminentes criminalistas do País.