O Grupo Madero, fundado em 2005 no Paraná, é mais um candidato a fazer uma oferta inicial pública de ações que deixa o lançamento do projeto em aberto. O empresário Luiz Durski Júnior ainda não tinha confirmado a data do IPO, mas queria que fosse logo. Agora, monitora, passo a passo, o projeto, podendo lançar ainda este ano ou deixar para o próximo.
A captação via IPO é fundamental para reduzir a alavancagem da rede de hamburguers, que ganhou algum prazo após estender parte de seus vencimentos de dívidas com bancos deste ano para 2022, revela hoje o jornal Valor. Outra dúvida apontada pela reportagem é se a oferta mais adequada seria o modelo aberto ao investidor de varejo, ou então de um lançamento destinado apenas a investidores profissionais.
As dúvidas surgem junto à volatilidade do mercado observada nas últimas semanas, que levaram ao adiamento ou suspensão de outras ofertas como Havan, Bluefit e Althaia. Essa volatilidade e o consequente recuo dos investidores teriam levado o valuation da rede para um patamar inferior ao desejado por Durski Júnior. Nas conversas iniciais antes da deterioração do mercado, esperava-se um valor da empresa na faixa dos R$ 7 bilhões. Com a oferta, a ideia era captar recursos totais de R$ 2 bilhões, sendo de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão somente com a emissão primária e o restante numa oferta secundária.
Segundo o mercado, o valor da empresa teria caído hoje para a casa de R$ 2,4 a R$ 2,5 bilhões, considerando uma dívida líquida de pouco mais de R$ 900 milhões em junho (sem considerar passivo de arrendamento de R$ 600 milhões). Isso levaria a um "equity value" - conta que inclui valor de mercado e todos os passivos da companhia -, de cerca de R$ 1,5 bilhão.