De acordo com comunicado do Vaticano, a cirurgia não foi de emergência, pois já estava programada. Durante seu discurso dominical, alegre e bem disposto, Francisco revelou que em setembro fará uma viagem para Hungria e Eslováquia, com o propósito de celebrar a missa de encerramento do 52° Congresso Eucarístico Internacional.

A posição aparentemente reticente do Vaticano nos comunicados sobre a cirurgia e o estágio de recuperação do Papa pode ter relação à idade de Francisco e aos riscos que uma exploração no intestino trazem a pessoas idosas. Há riscos de infecções e do surgimento de outros problemas, como diverticulite, devido à inflação do órgão. Há também a possibilidade de o paciente receber uma bolsa de colostomia, com o qual conviverá para sempre mas que, no dia-a-dia, não interferirá drasticamente em suas principais atividades físicas. Segundo informe divulgado pelo Jornal JH, da Rede Globo, o procedimento foi iniciado por cirurgia laparoscópica, menos invasiva, mas depois evoluiu para a cirurgia aberta, de maior extensão, com duração total de três horas.

Durante o afastamento temporário do Papa Francisco, que deve durar no mínimo uma semana, o cardeal carmelengo Kevin Joseph Farrell responderá pela administração do Vaticano. Irlandês naturalizado norte-americano, Farrell foi nomeado pelo pontífice em 2019. Como não há a figura do vice-papa, na ausência do titular é o carmelengo, uma espécie de prefeito, que responde não só pela gestão da cidade do Vaticano como também por suas finanças. Entretanto, não tem poderes para autorizar ou mudar leis da Igreja Católica.