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Madero vai mal no balanço, mas 'tá muito bem', diz o dono

Madero vai mal no balanço, mas 'tá muito bem', diz o dono

O Grupo Madero, especializado em hamburguers e pratos com carne, divulgou há poucos dias, em seu balanço de resultados referentes ao primeiro trimestre de 2021, que tem dúvidas sobre a continuidade de suas operações. A dúvida viria pelo caixa insuficiente para pagar dívidas de curso prazo e pela falta de garantias de que conseguirá prorrogar ou refinanciar seus compromissos.

No total, o Grupo Madero soma R$ 2,4 bilhões em dívidas com bancos, fornecedores e tributos, entre outros. Desse montante, mais de 30% (R$ 740,4 milhões) venciam em até um ano. Outros 19,2% tinham prazo de um a dois anos.

A partir da repercussão negativa desses números e diante da possibilidade iminente de fechar o negócio, o proprietário do Madero, Junior Dursk, escreveu na página de seu Instagram: "referente a matérias publicadas na imprensa vermelha ontem, tenho a dizer que o Grupo Madero tá muito bem, temos um caixa muito robusto, seguimos firmes com a nossa expansão, contratando pessoas, pagando imposto e ajudando o Brasil."

Em março de 2020, o empresário criou uma grande polêmica ao afirmar, um dia depois de declarações na mesma linha do publicitário Roberto Justus, que "...nós não podemos (parar) por conta de cinco mil pessoas, ou sete mil pessoas que vão morrer", minimizando as primeiras medidas de isolamento tomadas por governos estaduais e prefeituras na prevenção e no combate à epidemia de Covid-19.

Em julho do mesmo ano, o apresentador Luciano Huck, acionista do grupo, finalizou sua desvinculação da sociedade com o bolsonarista Dursk. Então com pretensões políticas de se lançar candidato à presidência, Huck tratou de comunicar rapidamente à imprensa sua decisão.

Apesar dos fatos negativos anunciados agora, o Grupo Madero segue com a intenção de fazer sua oferta pública de ações (IPO) na B3. Já teria inclusive contratado os bancos para providenciar todo o processo de emissão dos papéis na bolsa. O modo como a empresa conduzirá e renegociará suas dívidas nos próximos meses dirá se essa oferta pública será viável diante dos olhos do mercado. Ou não.