Marta exonera Soninha

Marta exonera Soninha

Marta exonera Soninha, que assinou sem ler, não comunicou, achou certo e ainda envolveu Secretaria de Relações Internacionais de SP em imbróglio de dinheiro público a favor de motociata informal de Bolsonaro em SP; tudo errado, menos a demissão

por Marco Damiani


Secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy decidiu exonerar Soninha Francine da chefia de gabinete da sua pasta. A saída deve ser oficializada no Diário Oficial desta quinta-feira (24).

O motivo foi a assinatura de despacho que autorizou a transferência de R$ 75,2 mil para a Secretaria de Esportes e Lazer instalar gradis para a realização da motociata de Jair Bolsonaro em 12 de junho.

Soninha diz ao Painel que a ex-senadora não entendeu, não quis entender ou não teve mais paciência para explicar para as pessoas o que de fato aconteceu. Ela afirma que a assinatura do despacho foi um ato formal, sem que ela tivesse qualquer função ativa na liberação dos recursos.

Marta afirma que a ex-vereadora admitiu ter assinado o documento sem ler e depois, à coluna Mônica Bergamo, envolveu-a em um relato que não correspondia à realidade.

Segundo Soninha, o fato de ter assinado o despacho foi um ato exclusivamente burocrático derivado de mudanças na estrutura das secretarias. Como a pasta de Esportes e Lazer tinha direito aos recursos originalmente, não cabia a ela barrar a liberação.

"Não tinha nenhuma decisão ao meu alcance. Não tinha matéria para decidir. Naquela dotação orçamentária tem um recurso que não é nosso [de Relações Internacionais] para decidir como usar", afirma Soninha. "Nunca coube a mim o direito de me recusar a tomar uma providência meramente burocrática", completa.

"Dizer que no fundo eu dei dinheiro para o Bolsonaro fazer ato negacionista, para mim, é motivo de ação penal por difamação e calúnia. Me acusar de improbidade por nada. Além de me acusar de improbidade, me coloca em um perfil ideológico que é ofensivo para mim", diz Soninha, a respeito de críticas que recebeu.

"Expliquei isso seguidas vezes para a Marta, mas acho que em parte por falta de compreensão do registro institucional, burocrático, administrativo, ela não compreendeu que eu não decidi porcaria nenhuma. Na parte da política, ela também não entendeu que eu não estou defendendo o Bolsonaro", continuou. "Na leitura dela, se eu não queria apoiar o Bolsonaro, não poderia ter feito o que fiz."

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