IPOs previstos a partir de julho vão movimentar cerca de R$ 30 bilhões

IPOs previstos a partir de julho vão movimentar cerca de R$ 30 bilhões

As crises que se abatem sobre a economia da América Latina e que causam estragos econômicos e políticos aparentemente não têm inibido investidores estrangeiros de aportar recursos no Brasil. Neste ano de 2021, o saldo de dinheiro estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo já alcança R$ 44 bilhões. A expectativa do mercado de capitais é que tal cifra engorde ainda mais, em pelo menos R$ 30 bilhões, uma vez que a estação de ofertas públicas iniciais (IPO) deve continuar no segundo semestre do ano.

Joint-venture entre o grupo brasileiro Cosan e a petrolífera holandesa Shell, a Raízen protocolou em maio seu pedido de Initial Public Offering na Comissão de Valores Imobiliários. Trata-se de uma das maiores operações do gênero já feitas na B3, talvez mesmo a maior, já que poderá atingir de R$ 10 a 13 bilhões vindos de investidores nacionais e internacionais.

Em preparação para essa negociação na bolsa, a empresa promoveu uma recente alteração em sua razão social. A Raízen Combustíveis S.A. passou a se chamar apenas Raízen S.A. Como primeira medida, a empresa comprou de sua parceira internacional a operação de lubrificantes no brasil.

Além da Raízen, há previsão de ofertas públicas das cimenteiras CSN Cimento e InterCement, e da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), entre outras grandes companhias que estimam IPOs na faixa de US$ 6 a 7 bilhões. Hoje estreia na B3 a ação do banco BR Partners, que na última quinta-feira, 17, promoveu uma oferta restrita a investidores qualificados e arrecadou R$ 400 milhões. Também na quinta, a GetNinjas movimentou R$ 482 milhões em seu IPO, sendo que no mesmo dia seus papéis começaram a ser negociados na B3.

Na faixa de R$ 1 bilhão, há o registro de mais alguns IPOs em vista. O Centro de Tecnologia Canavieira pretende retomar as negociações para sua oferta pública, assim como a Unifique, um dos maiores provedores regionais de fibras ópticas do país, que também está com uma oferta em vias de ser anunciada.

Se esse tipo de anúncio for feito com estardalhaço, pode ser uma tendência que o mercado se apropria para causar sensação entre os investidores. É o caso do Traders Club, agora rebatizado apenas de TC. A plataforma que reúne quase 500 mil clientes, a grande maioria de jovens e novos investidores da renda variável, pretende levantar R$ 700 milhões e para tal contratou o produtor musical e DJ Alok, que vai estrear uma campanha publicitária na TV e internet para divulgar o IPO.

Outro grande movimento do mercado será o do IPO do Nubank, cuja operação provavelmente ocorrerá nos Estados Unidos. O banco digital acaba de atingir a marca de 40 milhões de clientes e receber aporte de US$ 1,15 bilhão, sendo US$ 500 milhões do megainvestidor Warren Buffett. Fundado em 2013 em São Paulo, rivaliza hoje com os principais bancos brasileiros em termos de capitalização, e já é considerado o maior do mundo quando se fala apenas em banco digital.