Aldo Leone Filho, CEO da rede de agências de turismo Agaxtur. | Imagem: (Foto: Karime Xavier/Folhapress)
Não vou vender turismo da vacina, diz dono da Agaxtur

Não vou vender turismo da vacina, diz dono da Agaxtur

JOANA CUNHA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Aldo Leone Filho, dono da Agaxtur, que passa a vida visitando destinos no mundo todo para transformá-los em pacotes turísticos, acaba de voltar ao Brasil depois de 15 dias no México e uma semana nos Estados Unidos, onde se vacinou. Mas a experiência não vai virar um pacote de turismo da vacina para ser vendido nas agências, segundo ele.

O empresário vê a crescente demanda de brasileiros por viagem para se vacinar nos EUA como um vetor da retomada dos negócios no turismo, mas defende que a imunização não seja a prioridade do passeio, o que elevaria a complexidade jurídica do negócio e poderia causar frustrações.

"Não tem receita de bolo. Vai que muda daqui a três dias. O que eu estou dizendo é que vale o esforço de ir até lá. Eu não fui para tomar a vacina. Fui para mostrar que é viável viajar. Não é para lançar turismo da vacina. Tem gente que vai porque tem casa em Orlando, ou para estudar. O ponto é que é possível ir para os EUA", afirma.

A função do agente de viagens não é vender vacina, diz o empresário. "É mostrar para as pessoas que viajar é possível. Estou defendendo essa tese desde o primeiro dia da pandemia, porque, no dia em que não for possível, tenho de fechar meu negócio. ​É possível, de uma maneira responsável, com máscara, distanciamento, álcool em gel", afirma.

O empresário conta que fez a viagem para testar o processo. Passou 15 dias em seis resortes diferentes na Riviera Maya, perto de Cancún. Antes de embarcar para os EUA, diz ter feito o teste de antígeno no próprio quarto do hotel, com resultado pelo celular.

"Por acaso, como eu não tinha sido vacinado no Brasil, eu fui vacinado. E adorei o processo. Agora, eu não vou vender turismo de vacina. Se alguém passa mal a culpa é minha", afirma.

Leone Filho diz que ficou feliz de se imunizar nos EUA porque vai liberar para outra pessoa as doses a que ele teria direito no Brasil quando chegasse o prazo da vacinação de sua faixa etária.

"Quem sabe essa pessoa que vai tomar a vacina que era minha vai sobreviver porque tomou no meu lugar?", diz.

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