Finalmente alguém vai desafiar o domínio da Netflix no mercado de streaming. Como terminará essa guerra?
Por Renato Santiago
Há 14 anos a Netflix (NFLX34) começou a transmitir filmes e séries para seus assinantes pela internet e iniciou seu reinado no streaming. É verdade que, naquela época, ser rei do streaming não significava muita coisa, pois o mercado do entretenimento ainda girava em torno do cinema, da TV a cabo e do DVD - inclusive para a própria Netflix, que vivia de enviá-los pelo correio para seus assinantes.
Mas o mundo mudou, a banda larga agora é a regra nas casas e os estúdios que antes vendiam seu conteúdo para a Netflix exibi-lo pela internet para seus assinantes agora criam rivais para ela.
Está no ar a guerra do streaming e é sobre ela que vamos falar no terceiro episódio do GlobalizAções, co-produção entre InfoMoney e Bloomberg apresentada pela equipe do Stock Pickers (eu e o Thiago Salomão).
Enfim um adversário
A Netflix hoje é um colosso de 208 milhões de assinantes. Se fosse um país e seus assinantes fossem população, estaria em oitavo lugar na lista dos mais populosos, atrás da Nigéria e muito perto do Brasil.Mesmo com uma quantidade gigante de clientes e com um faturamento anual de US$ 25 bilhões atingido no ano passado, a companhia estava praticamente sozinha no mercado de streaming, sem um competidor à altura, até o começo do ano passado.
Sim, Amazon e Apple têm suas iniciativas em streaming, mas ambas as companhias têm o foco em outros negócios. E o Hulu, outro player puramente voltado ao entretenimento via internet, opera apenas nos Estados Unidos. Quem poderia, então, competir com a Netflix?
A Disney (DISB34) aceitou o desafio. Dona das marcas e personagens mais poderosos dos mundo do entretenimento, como a Marvel, a Disney criou em 2019 o Disney+, que já nasceu global e totalmente independente de outros serviços ou de assinatura de TV a cabo. Em pouco mais de um ano conquistou 100 milhões de assinantes e mostrou que pode fazer frente à Netflix.
O que analistas e investidores se perguntam agora, portanto, é: quem vai ser o vencedor da guerra do streaming? Disney e Netflix?
A resposta é incerta, mas provavelmente as duas. Diferentemente de outras competições na internet e no mundo da tecnologia, essa guerra pode ter múltiplios vencedores. Uma pesquisa da consultoria Parks & Associates mostra o seguinte: 31% das famílias americanas assinam quatro ou mais serviços, enquanto 14% têm três serviços e 32% têm dois ou um. E só 22% não assinam nada.
Não é uma guerra do tipo winner takes all, como os analistas da Faria Lima gostam de dizer, o que também não quer dizer que tanto faz para o investidor comprar qualquer uma duas ações. Se por um lado Disney cresce mais hoje, ganhando 15 milhões de novos assinantes no último trimestre de 2020, contra 3,8 milhões da rival, por outro, a Netflix obtém mais receita de cada cliente, em média, que a Disney (US$ 10 contra US$ 4).
Como essa guerra vai acabar, não sabemos. Mas se quiser conhecer todas as armas que cada uma delas usa e como o mercado está se posicionando, clique no play acima.
InfoMoney
https://www.infomoney.com.br/stock-pickers/netflix-vs-disney-a-guerra-do-streaming-esta-no-ar/