Rodrigo Barradas
Até recentemente, a gigante Concha y Toro (quarta maior vinícola do mundo) oferecia uma experiência
digna e agradável, mas comum, a quem visitava sua sede histórica, em Pirque, a um pulinho de Santiago. Com a inauguração do Centro del Vino, a empresa passa a oferecer a turistas uma proposta adaptada ao seu tamanho.
Onde antes havia um bom roteiro de explicação da produção de seus vinhos, com direito a um sustinho causado pela aparição do capeta que nomeia a famosa linha Casillero del Diablo, a nova estrutura de visitação assume o papel de liderança e se propõe a ser um centro de divulgação de conhecimento sobre o vinho chileno como um todo, unindo tecnologia, patrimônio histórico e arte.

Onde antes havia um bom roteiro de explicação da produção de seus vinhos, com direito a um sustinho causado pela aparição do capeta que nomeia a famosa linha Casillero del Diablo, a nova estrutura de visitação assume o papel de liderança e se propõe a ser um centro de divulgação de conhecimento sobre o vinho chileno como um todo, unindo tecnologia, patrimônio histórico e arte.

A vinícola foi fundada em 1883 por Don Melchor Concha y Toro. Imagem: Divulgação
O vinho é um produto associado a uma identidade, a uma história. Com este centro, queremos oferecer uma experiência com elementos sensoriais e cognitivos, de conhecimento do terroir chileno. Além disso, queremos transmitir um mundo específico da Concha y Toro.
Rafael Guilisasti, vice-presidente da vinícola.
A ideia é tornar a vinícola um dos pontos de visitação emblemáticos do país. Em conversas informais com a equipe, ouvi que objetivo é que o Centro del Vino se equipare ao Atacama, à Ilha de Páscoa e a Torres del Paine como destino turístico. Em 2024, segundo a empresa, 230 mil pessoas passaram por lá.

E o turista brasileiro é parte fundamental dessa equação: hoje, visitantes do Brasil correspondem a 64% do movimento na sede da vinícola, com uma elevação de 40% de 2023 para 2024.
Mas o que já funciona é vistoso. O trecho da propriedade que pode ser percorrido é muito bonito, e transmite o sentido histórico da bodega, fundada em 1883. Pode-se ver a antiga e opulenta mansão de verão do fundador Melchor de Concha y Toro (onde hoje fica a sede do Don Melchor), os jardins de inspiração inglesa, um lago e alguns vinhedos.
A parte mais parecida com um museu é diversão para quem gosta muito de vinho e para quem tem só um interesse superficial.

Para os nerds: logo após uns vídeos introdutórios, chega-se a uma sala onde estão explicadas as condições geológicas e climáticas de diversos vales chilenos onde se pratica a vitivinicultura.
São maquetes animadas impressionantes, em que se pode conhecer de maneira divertida os detalhes que tornam possíveis os diversos terroirs do país magrela. Essa, porém, é uma etapa que deve exigir bastante da capacidade didática dos guias, pois, se você não tem muito conhecimento de vinhos, pode ficar um pouco perdido.
Um outro painel mostra as consideráveis diferenças entre os solos dos diferentes vales, o que impacta diretamente nos vinhos que são produzidos.
Em seguida, há duas salas que explicam, com vídeos, maquetes e objetos a parte da viticultura (no vinhedo) e da enologia (na adega) da produção de vinhos.
A sala seguinte é pura diversão: dedicada à percepção dos aromas do vinho, tem obras de arte que os representa e uma sequência de borrifadores com essências de cheiros comuns. Num tablet ao lado de cada estação, o visitante escolhe a correta entre três opções. Os aromas não são difíceis de identificar, e o turista sai dali entendendo um pouco mais e orgulhoso do seu olfato.

Na primeira sala, pode-se ver a profusão de produtos que levam o nome Casillero, desde os mais comuns em prateleiras de supermercados até o Elixir, um vinho feito como se fosse um Porto 20 anos. Além dos diversos rótulos históricos, também se pode assistir às campanhas estreladas pelo chileno Pedro Pascal.
Campanhas essas que se baseiam na famosa história a que se credita a criação do nome da marca. Dizem que, para evitar roubos de garrafas, Melchor de Concha y Toro fez circular a lenda de que o coisa ruim habitava a área da adega onde ficavam seus melhores vinhos.
E é a essa lenda que se dedicam os espaços seguintes: uma pequena sala de cinema em que ela é contada em animação e uma visita à adega, onde acontece o sustinho mencionado ali no primeiro parágrafo.

Para quem quiser viver um pouco dessa experiência em Santiago mesmo, o restaurante Diablo, no Mercado Urbano Tobalaba, tem ambiente todo voltado para a marca, diversos rótulos da vinícola (e de outras, independentes) servidos em taças por máquina e boa comida (vai parecer estranho, mas recomendo experimentar as uvas na parrilha).
Depois, obviamente, há uma loja com vinhos, outras bebidas e objetos com a marca.

O circuito básico do Centro del Vino é feito por visita guiada, inclui a degustação de quatro vinhos e custa 50 mil pesos chilenos (cerca de R$ 290,00). Mas existem muitas outras opções de experiência, como um passeio noturno, refeições harmonizadas e até uma degustação dos excelentes Amelia (chardonnay e pinot noir), Marques de Casa Concha Heritage, Carmín de Peumo e Don Melchor. Para saber preços e mais informações, o endereço é só clicar aqui.
Uol
https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/11/14/como-e-o-novo-centro-del-vino-da-concha-y-toro-em-santiago.htm
A ideia é tornar a vinícola um dos pontos de visitação emblemáticos do país. Em conversas informais com a equipe, ouvi que objetivo é que o Centro del Vino se equipare ao Atacama, à Ilha de Páscoa e a Torres del Paine como destino turístico. Em 2024, segundo a empresa, 230 mil pessoas passaram por lá.

Instalações do novo Centro del Vino, a 20 quilômetros de Santiago, no Chile. Imagem: Divulgação
E o turista brasileiro é parte fundamental dessa equação: hoje, visitantes do Brasil correspondem a 64% do movimento na sede da vinícola, com uma elevação de 40% de 2023 para 2024.
Como é o Centro del Vino
Embora já tenha sido inaugurada e receba visitantes, a estrutura ainda não está completa. Ficam para o futuro a nova adega onde repousará o emblemático vinho Don Melchor, uma área para degustações que inclui um anfiteatro com bela vista para os vinhedos e um percurso pelos 22 hectares da propriedade, que é patrimônio histórico do Chile.Mas o que já funciona é vistoso. O trecho da propriedade que pode ser percorrido é muito bonito, e transmite o sentido histórico da bodega, fundada em 1883. Pode-se ver a antiga e opulenta mansão de verão do fundador Melchor de Concha y Toro (onde hoje fica a sede do Don Melchor), os jardins de inspiração inglesa, um lago e alguns vinhedos.
A parte mais parecida com um museu é diversão para quem gosta muito de vinho e para quem tem só um interesse superficial.

Além de experimentar novos vinhos, os turistas também conhecem o museu sobre vitivinicultura. Imagem: Divulgação
Para os nerds: logo após uns vídeos introdutórios, chega-se a uma sala onde estão explicadas as condições geológicas e climáticas de diversos vales chilenos onde se pratica a vitivinicultura.
São maquetes animadas impressionantes, em que se pode conhecer de maneira divertida os detalhes que tornam possíveis os diversos terroirs do país magrela. Essa, porém, é uma etapa que deve exigir bastante da capacidade didática dos guias, pois, se você não tem muito conhecimento de vinhos, pode ficar um pouco perdido.
Um outro painel mostra as consideráveis diferenças entre os solos dos diferentes vales, o que impacta diretamente nos vinhos que são produzidos.
Em seguida, há duas salas que explicam, com vídeos, maquetes e objetos a parte da viticultura (no vinhedo) e da enologia (na adega) da produção de vinhos.
A sala seguinte é pura diversão: dedicada à percepção dos aromas do vinho, tem obras de arte que os representa e uma sequência de borrifadores com essências de cheiros comuns. Num tablet ao lado de cada estação, o visitante escolhe a correta entre três opções. Os aromas não são difíceis de identificar, e o turista sai dali entendendo um pouco mais e orgulhoso do seu olfato.
A experiência do Casillero del Diablo
O trecho restante é dedicado à marca mais trabalhada da vinícola: a Casillero del Diablo. Trabalhada mesmo: já foi considerada por sete vezes a segunda mais poderosa do mundo do vinho pela consultoria inglesa Wine Intelligence, título mantido até hoje. O rótulo está presente em mais de 140 países.
Com rótulos para diferentes bolsos, o 'Casillero del Diablo' é produzido desde 1962. Imagem: Divulgação
Na primeira sala, pode-se ver a profusão de produtos que levam o nome Casillero, desde os mais comuns em prateleiras de supermercados até o Elixir, um vinho feito como se fosse um Porto 20 anos. Além dos diversos rótulos históricos, também se pode assistir às campanhas estreladas pelo chileno Pedro Pascal.
Campanhas essas que se baseiam na famosa história a que se credita a criação do nome da marca. Dizem que, para evitar roubos de garrafas, Melchor de Concha y Toro fez circular a lenda de que o coisa ruim habitava a área da adega onde ficavam seus melhores vinhos.
E é a essa lenda que se dedicam os espaços seguintes: uma pequena sala de cinema em que ela é contada em animação e uma visita à adega, onde acontece o sustinho mencionado ali no primeiro parágrafo.

Encenação que assusta os visitantes do "O Armário do Diabo", tradução do rótulo do vinho. Imagem: Divulgação
Para quem quiser viver um pouco dessa experiência em Santiago mesmo, o restaurante Diablo, no Mercado Urbano Tobalaba, tem ambiente todo voltado para a marca, diversos rótulos da vinícola (e de outras, independentes) servidos em taças por máquina e boa comida (vai parecer estranho, mas recomendo experimentar as uvas na parrilha).
Por fim, a alimentação
O restaurante Bodega 1883, na vinícola, foi ampliado e agora conta também com um wine bar que dispõe um balcão gigante. Ali, dá pra fazer refeições completas, ficar só nos aperitivos, encarar flights de degustação ou só tomar um vinho sossegadamente.Depois, obviamente, há uma loja com vinhos, outras bebidas e objetos com a marca.
Experiências diversas

As visitas mais caras chegam a custar 100 mil pesos chilenos, cerca de R$564,00. Imagem: Divulgação
O circuito básico do Centro del Vino é feito por visita guiada, inclui a degustação de quatro vinhos e custa 50 mil pesos chilenos (cerca de R$ 290,00). Mas existem muitas outras opções de experiência, como um passeio noturno, refeições harmonizadas e até uma degustação dos excelentes Amelia (chardonnay e pinot noir), Marques de Casa Concha Heritage, Carmín de Peumo e Don Melchor. Para saber preços e mais informações, o endereço é só clicar aqui.
Para saber mais
Confira o episódio do podcast Vamos de Vinho com a entrevista de Marcelo Papa, diretor técnico da vinícola Concha y Toro:Uol
https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2025/11/14/como-e-o-novo-centro-del-vino-da-concha-y-toro-em-santiago.htm





