Os uruguaios vão às urnas neste domingo, dia 24, para o segundo turno das eleições presidenciais do país. Yamandú Orsi, candidato de centro-esquerda, e Álvaro Delgado, de centro-direita, disputam o cargo.
As pesquisas favorecem Orsi, mas já estiveram mais confortáveis para o candidato da Frente Ampla.
No Instituto Cifra, Orsi tem 42% das intenções de voto, enquanto Delgado aparece com 40%. Os indecisos e nulos somam a alta porcentagem de 18%. Deste total, 6% estão inclinados a votar no candidato governista e 5% no adversário da Frente Ampla - o que elevaria as preferências para 46% e 47%, respectivamente. Outros 3% devem votar em branco ou nulo. Os 4% restantes são os "indecisos puros". "A conquista destes eleitores tende a ser determinante para o resultado", disse Mariana Pomiés, socióloga e diretora do Cifra, ao jornal Valor.
Segundo outra pesquisa, feita pela Opción, Orsi e sua companheira de chapa, a ex-prefeita de Montevidéu Carolina Cosse, têm 48,5% das intenções de voto; enquanto Álvaro Delgado e sua vice, a apresentadora de TV Valeria Ripoll, têm 45,1%. A consultoria esclarece que a diferença "está incluída na margem de erro", de acordo com notícia divulgada pelo site da CNN Brasil.
Uma terceira enquete, da Equipos, aponta para uma diferença entre Orsi e Delgado um pouco maior: 45% votariam em Orsi, enquanto 41% escolheriam Delgado. Entretanto, 6% votariam em branco, e 8% permanecem indecisos.
O candidato presidencial governista, Álvaro Delgado, encerrou sua campanha na última quarta-feira, dia 20, na capital, onde se concentram dois dos 3,2 milhões de habitantes de todo o país. O ex-membro do Congresso e ex-secretário da Presidência sob o governo de Luis Lacalle Pou visa garantir a continuidade do Partido Nacional com o apoio do atual mandatário.
Apresentando-se como o candidato da continuidade e estabilidade, Delgado, um médico-veterinário de 55 anos, procura promover as metas do acordo de livre comércio do atual governo, incluindo uma potencial parceria com a China. Ele também busca manter impostos baixos e intensificar o combate ao crime organizado.
José Pepe Mujica - Instagram @franciamarquezm
Já Yamandú Orsi, candidato apoiado pelo ex-presidente José Pepe Mujica, está tentando destituir o bloco conservador governante e para tal aproveita a influência e a popularidade de Mujica, que fez parte de um governo bem avaliado da Frente Ampla entre 2005 e 2019 ao lado do ex-presidente Tabaré Vázquez, morto em 2020.
O professor de história e ex-prefeito da região de Canelones, de 57 anos, tentou tranquilizar os eleitores ao informar que não planeja uma mudança política brusca na nação tradicionalmente moderada e relativamente rica, conhecida por suas praias, segurança para os turistas, cannabis legal e economia estável.
Orsi ressalta que busca evitar aumentos de impostos, apesar de um déficit crescente, e, em vez disso, se concentrar em estimular um crescimento mais rápido. Mas não descuida de áreas tradicionalmente ligadas à esquerda, como inclusão social e educação - temas que o candidato também focou seus discursos nos últimos comícios da campanha.