Bruno Luiz e Saulo Pereira Guimarães
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol) participou nesta quinta (7) do primeiro ato público após ser derrotado por Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. No evento, ele e outras lideranças pregaram a união da esquerda e a reconexão do campo político com suas bases.
O que aconteceu
"Perdemos a eleição e saímos de cabeça erguida, porque a gente não abandonou o que a gente acredita", disse Boulos. Segundo ele, existe um projeto da direita de usar a cidade de São Paulo como trampolim para voltar ao poder em 2026.
"O Tarcísio que bote a viola no saco, porque não será presidente da República nesse país em 2026", afirmou Boulos. Em seu discurso, ele assumiu que a esquerda errou ao não conseguir se conectar com as demandas da população mais pobre.
Ato aconteceu na região central de São Paulo. Batizado de "O Futuro É Nosso", evento visa organizar a militância de esquerda em uma estratégia para enfrentar o bolsonarismo na capital paulista.
Teve gente em favela, em ocupação irregular, que dizia que votava no nosso adversário com medo de ocupação e invasão (...) Alguma coisa a gente errou (...) O caminho mais fácil é querer cobrar o povo, e também o mais covarde (...) Nós não formamos covardes na nossa trajetória.Deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP)
"Temos um desafio essencial: reconquistar e reencantar as pessoas para a política", disse Erika Hilton (PSOL-SP). Em sua fala, a deputada federal destacou que a corrida eleitoral proporcionou "a consolidação de uma agenda de prioridades para o campo político da esquerda".
Boulos negou que seu discurso seja contrário ao adotado na eleição municipal, quando fez acenos ao centro em busca de afastar o estigma de radical. Para ele, composições com partidos de centro são necessárias, mas a esquerda não pode abandonar suas bandeiras históricas. "O problema que eu vejo é achar que, pra derrotar a extrema direita, tem que deixar de ser esquerda e se tornar centro", defendeu.
Para Boulos, esquerda tem que ter foco em reeleição de Lula em 2026. O deputado federal acredita que o atual presidente é o único que pode impor uma derrota à extrema-direita na próxima corrida eleitoral.
Diversas lideranças compareceram ao ato. Laércio Ribeiro, presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, e os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e Rui Falcão (PT-SP) estiveram presentes.
'Campanha baixa' de Nunes
Boulos citou a "campanha baixa" como motivo de não ter ligado para Ricardo Nunes (MDB) para parabenizá-lo pela vitória. "Eu enfrentei uma das campanhas mais baixas, mais agressivas da história da democracia brasileira", disse o deputado federal.
Por que a imprensa diz tão pouco do Tarcísio ter feito uma declaração falsa no dia da eleição pra me atacar e ter ficado por isso mesmo? Uma coisa foi com o Bruno Covas há quatro anos. Foi uma campanha limpa, civilizada, liguei pra ele no minuto seguinte. Alguém que ganha jogando tão baixo, usando a máquina de uma maneira tão despudorada, inventando mentiras e tentando destruir reputações, acho que a pergunta não deveria ser porque não liguei pra ele, acho que há uma inversão de inversão de valores [na pergunta]".
Boulos sobre não ter parabenizado Nunes pela vitória
Boulos afirmou que pretende fazer eventos como o de hoje em outras regiões do país. A ideia é buscar exemplos de cidades onde houve união de partidos de esquerda na disputa municipal para fortalecer um projeto de unidade nacional do campo progressista.
Entendimento é de que unificação da esquerda precisa ser contínua. Na avaliação de um aliado de Boulos, a reunião do campo progressista apenas em período eleitoral não vai conter o avanço da extrema-direita, que tem se mostrado mais mobilizada. "Precisamos não apenas de uma união eleitoral, mas de um projeto da esquerda", salientou Rui Falcão ao UOL.
Coordenador-geral da campanha de Boulos, Josué Rocha também participou. Outro nome presente foi Lula Guimarães, marqueteiro da campanha derrotada à prefeitura.
Uol
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/11/07/guilherme-boulos-ato-pos-derrota-eleicao-uniao-esquerda-reconexao-bases.htm
Boulos afirmou que pretende fazer eventos como o de hoje em outras regiões do país. A ideia é buscar exemplos de cidades onde houve união de partidos de esquerda na disputa municipal para fortalecer um projeto de unidade nacional do campo progressista.
Entendimento é de que unificação da esquerda precisa ser contínua. Na avaliação de um aliado de Boulos, a reunião do campo progressista apenas em período eleitoral não vai conter o avanço da extrema-direita, que tem se mostrado mais mobilizada. "Precisamos não apenas de uma união eleitoral, mas de um projeto da esquerda", salientou Rui Falcão ao UOL.
Coordenador-geral da campanha de Boulos, Josué Rocha também participou. Outro nome presente foi Lula Guimarães, marqueteiro da campanha derrotada à prefeitura.
Não perdemos essa eleição para o Ricardo Nunes. Perdemos a eleição para uma máquina que não teve pudor de usar a Prefeitura de São Paulo e todo dinheiro imaginável para poder nos atacarDeputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP)
Uol
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/11/07/guilherme-boulos-ato-pos-derrota-eleicao-uniao-esquerda-reconexao-bases.htm