Guilherme Boulos e Ricardo Nunes | Imagem: Felipe Gonçalves/Brasil 247 | Isadora de Leão Moreira/Governo de São Paulo
Apagão, debate e apoio de Datena: semana pode ter reviravolta das pesquisas em São Paulo

Apagão, debate e apoio de Datena: semana pode ter reviravolta das pesquisas em São Paulo

Apagão em São Paulo, início do horário eleitoral, debate e apoios de políticos: o que já saiu e o que esperar das próximas pesquisas

Patricia Faermann

Início do horário eleitoral, debate, apoios de políticos e apagão em São Paulo. As pesquisas eleitorais desta semana podem trazer mudanças para a disputa do segundo turno na capital paulista, entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).

Nesta segunda-feira (14), a Real Time Big Data trouxe os primeiros números, similares às pesquisas da semana passada - a primeira após o primeiro turno e que registrou uma transferência de votos quase imediata de Pablo Marçal (PRTB), candidato que ficou em terceiro e com significativos 28% dos votos, a Ricardo Nunes.

Os números da semana passada eram de 55% contra 33% para Nunes e Boulos, respectivamente, no Datafolha de quinta-feira (10), e 52,8% contra 39% para os candidatos do MDB e PSOL no Paraná Pesquisas.

A pesquisa da manhã desta segunda (14) no Real Time não foi diferente e trouxe 53% para o atual prefeito, Nunes, contra 39% do candidato do PSOL. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O final de semana, contudo, foi marcado por um episódio que poderá resultar em virada de alguns votos: o apagão de energia dos clientes da Enel, na capital, que foi enfatizado por Boulos como consequências da atual gestão na cidade.

"Terceiro dia sem luz em SP. Cadê o Nunes? Cadê a Enel? pessoas perdendo comidas na geladeira, remédios que precisam de refrigeração. E o Nunes agora colocou um colete para fingir que está trabalhando, apenas por estar em campanha. No último apagão ele foi assistir Fórmula 1 no autódromo", escreveu Boulos, em suas redes, no domingo.

O levantamento divulgado na manhã de hoje foi coletado na sexta e sábado, ainda antes das consequências maiores do apagão. O tema, ainda, deve ser uma das principais pautas de embate entre os candidatos no debate desta segunda (14) à noite, que será transmitido pela TV Bandeirantes.

"São Paulo, hoje, não tem prefeito, a cidade está à própria sorte. As pessoas estão deixadas ao léu pela falta de alguém que tenha pulso, alguém que tenha firmeza. Esse vai ser um tema não só no debate, mas na campanha", já deu o tom Boulos, enquanto participava de uma carreata no Grajaú (SP), no final de semana.

Além disso, o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que chegou ao primeiro turno com 1,84% dos votos e, segundo pesquisas, era a principal escolha dos eleitores de Marçal antes do candidato despontar na corrida eleitoral, declarou apoio a Boulos.

A justificativa para o apoio foi a luta contra o crime organizado. Ainda no primeiro turno, foram expostas acusações de suposta ligação de Nunes com o crime organizado.

"Contra a infiltração do crime organizado em São Paulo, contra a infiltração do crime organizado no poder público, eu apoio o Boulos", disse Datena.

A declaração do apresentador, que configura uma posição política oposta à de Guilherme Boulos, mas deu seu voto de confiança, e da também ex-candidata Tábata Amaral (PSB), poderão surtir efeito nas pesquisas dos próximos dias.

Para esta semana, a Quaest e Paraná Pesquisas divulgam seus levantamentos nesta quarta-feira (16), registrando a impressão dos eleitores ainda no apagão - a pesquisa Paraná começou a coletar dados no sábado e a Quaest no domingo.

Já o Datafolha terá um balanço quinta-feira (17), com as entrevistas sendo feitas entre amanhã (15) e quinta.

GGN
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