Nota foi mantida pela agência, que vê "força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil"
Por Augusto Decker e Gabriel Caldeira, Valor
A Moody's elevou, de estável para positiva, a perspectiva para o rating Ba2 do Brasil, citando expectativas positivas para o crescimento econômico do país e uma consolidação, ainda que gradual, do cenário fiscal.
Em nota, a agência afirmou que as perspectivas para o crescimento do PIB do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandêmicos em razão de reformas realizadas em vários governos, "bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas".
A expectativa da casa é que em 2024 e 2025, o PIB registre crescimento real de cerca de 2%, em média. No médio-prazo, a projeção é de um crescimento maior do que a retração média de 0,5% observada entre 2015 e 2019.
A Moody's elevou, de estável para positiva, a perspectiva para o rating Ba2 do Brasil, citando expectativas positivas para o crescimento econômico do país e uma consolidação, ainda que gradual, do cenário fiscal.
Em nota, a agência afirmou que as perspectivas para o crescimento do PIB do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandêmicos em razão de reformas realizadas em vários governos, "bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas".
A expectativa da casa é que em 2024 e 2025, o PIB registre crescimento real de cerca de 2%, em média. No médio-prazo, a projeção é de um crescimento maior do que a retração média de 0,5% observada entre 2015 e 2019.
"A Moody's prevê que o crescimento será generalizado nos próximos anos, e se estenderá tanto à indústria quanto aos setores de serviços, à medida que a demanda doméstica é impulsionada por um fortalecimento do mercado de trabalho e aumento dos salários reais", diz a agência, citando também a agenda de transição energética do governo.
O boletim também destacas as melhoras de governos no arcabouço de política monetária, no fortalecimento da independência do Banco Central, da melhora na governança de estatais e em medidas para aprimorar o ambiente de negócios. "A próxima revisão do regime tributário, embora leve um longo período para que seja implementada, também marca uma notável reforma estrutural."
Quanto ao cenário fiscal, a agência projeta que o arcabouço introduzido no ano passado resultará numa gradual consolidação. "A Moody's prevê uma queda dos déficits fiscais primário e nominal do Brasil em 2024-2025, como resultado de medidas relacionadas à arrecadação fiscal", diz a nota, projetando estabilização do endividamento do governo em alguns anos, a menos que haja algum tipo de choque na economia. Entretanto, a casa destaca que a dependência do governo em aumentar a arrecadação e uma capacidade restrita de cortar gastos representam riscos.
A manutenção do rating Ba2 se deve à "força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil", em razão da dívida elevada do país e da capacidade de pagamento considerada fraca. "O rating Ba2 também leva em consideração os pontos fortes de crédito subjacentes do soberano, que incluem uma economia grande e diversificada, instituições e governança moderadamente fortes e uma posição externa sólida", diz o relatório da agência.
Entre os fatores que podem causar elevação do rating brasileiro, a Moody's cita uma melhora no resultado primário e nos déficits fiscais, que aumentariam a credibilidade da política fiscal; assim como uma continuidade do crescimento forte do PIB.
Já os riscos negativos listados são um enfraquecimento do compromisso com a consolidação fiscal e, consequentemente, uma pressão negativa de crédito. "O crescimento persistentemente baixo do PIB representaria um fator negativo em termos de crédito que afetaria adversamente a qualidade do perfil de crédito do Brasil", acrescenta a agência.
A Moody's manteve os tetos-país (a nota máxima para um título de determinada divisa) em moeda local em Baa1, enquanto o teto-país em moeda estrangeira é Baa2.
Valor
https://valor.globo.com/financas/noticia/2024/05/01/moodys-altera-perspectiva-do-rating-do-brasil-de-estavel-para-positiva.ghtml