O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta quinta-feira, dia 23, a disposição da administração municipal em implementar tarifa zero nos ônibus da cidade aos domingos ou no período noturno a partir de 2024, com testes sendo iniciados já neste mês de dezembro. Segundo ele, o projeto é preliminar e o formato está sendo estudado pela sua gestão.

Segundo o prefeito, "a ideia é que a gente comece dando transporte gratuito para domingo ou para o período noturno, uma das duas situações. Não está definido. A gente está pensando em iniciar o processo, para ver como vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer ganho para a economia".

Ricardo Nunes também disse que a gratuidade deve custar pelo menos R$ 400 a 500 milhões aos cofres públicos. "Esses cálculos são preliminares. A ideia que está sendo mais apreciada é a de domingo. É um dia que não tem tanta movimentação", declarou ele ao jornal Folha de S. Paulo.

O anúncio da gratuidade gerou reações como do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), candidato oposicionista na eleição municipal de 2024. O parlamentar acusou Nunes de reciclar proposta de sua campanha de 2020 e classificou a iniciativa como "eleitoreira".

Na verdade, a atual gestão estuda o assunto há mais de um ano, e já chegou a defender o "passe livre", recuando devido às dificuldades iniciais que encontrou na implementação. Historicamente um tema ligado às legendas de esquerda, a pauta do passe livre ganhou musculatura ao virar bandeira nacional do MDB.

Guilherme Boulos criticou a proposta de Ricardo Nunes e disse que o prefeito busca uma marca para disputar a reeleição: "Há três anos, quando fui candidato a prefeito, a posição dos meus adversários era de que a tarifa zero era algo utópico, impossível. Como Nunes chegou ao fim do mandato com uma avaliação ruim, sem ter uma marca ou qualquer legado, está tentando essa caridade", afirmou o deputado ao jornal O Globo.