Javier Milei e Sergio Massa | Imagem: Reprodução/YouTube e Reprodução/Twitter
Pesquisa final para eleição na Argentina aponta leve vantagem de Milei sobre Massa

Pesquisa final para eleição na Argentina aponta leve vantagem de Milei sobre Massa

O candidato peronista levou a melhor no primeiro turno, mas Javier Milei conquistou o apoio da também direitista Patricia Bullrich, terceira colocada em outubro

No último levantamento divulgado antes da realização do segundo turno da eleição presidencial na Argentina, marcado para 19 de novembro, o candidato oposicionista Javier Milei aparece com ligeira vantagem na preferência dos eleitores em relação ao representante do governo, o ministro da Economia, Sergio Massa. Pesquisa feita pelo Instituto Atlas-Intel apresenta Milei com 48,6% das intenções de voto, enquanto Massa tem 44,6% das preferências.

No primeiro turno, o candidato peronista conseguiu mais votos. Já Milei, que ficou em segundo, conquistou de imediato o apoio público de Patricia Bullrich, candidata também de direita que ficou em terceiro lugar ao término da votação.

Contando somente os votos válidos, Milei aparece com 52,1% das intenções e Massa, com 47,9%. É um resultado que confirma a sondagem anterior, do dia 3 de novembro: 52% a 48%. Esta é a última rodada de pesquisa eleitoral antes do período de proibição dos institutos de divulgarem seus levantamentos.

Apesar da ligeira vantagem de Milei, algumas de suas promessas de campanha assustam o eleitorado. Caso do fechamento o Banco Central da Argentina e a substituição oficial do peso argentino pelo dólar americano. De acordo com o levantamento feito pela Atlas-Intel, 51% dos entrevistados disseram que são contrários a essa ideia, 35% colocaram-se a favor e 15% não souberam opinar.

Outro tema-chave do discurso do líder ultraconservador - o da flexibilização da compra de armas por civis - enfrenta uma oposição ainda maior dos argentinos: 68% dos eleitores consultados disseram-se contrários à ideia e apenas 20% a favor.

O candidato da frente La Libertad Avanza também defendeu, no decorrer de sua campanha, o direito das pessoas de venderem seus órgãos. Os argentinos não encamparam a sugestão e, segundo a pesquisa, 78% deles posicionaram-se contrários a ela, 9% disseram-se a favor e 13% não souberam responder.

No primeiro turno das eleições majoritárias, o Atlas-Intel foi um dos poucos institutos, e o mais conhecido do mercado, a apontar vantagem para Sergio Massa, o que de fato se concretizou. Na pesquisa feita agora, o levantamento contou com 8.971 entrevistas, realizadas entre os dias 5 e 9 de novembro. A margem de erro é de um ponto percentual.

Embora não tenham sido computadas pelo levantamento, as críticas de Javier Milei feitas esta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva preocupam o eleitor e o empresariado argentino. Os dois países têm uma relação histórica tanto na política quanto na economia, e são grandes parceiros comerciais na América do Sul. Se eleito, Milei, que chamou Lula de "comunista" e "corrupto", afirmou que não irá se encontrar com o chefe do governo brasileiro.