Polícia Federal | Imagem: José Cruz/Agência Brasil
No combate ao crime organizado, o Coaf é essencial para a segurança pública

No combate ao crime organizado, o Coaf é essencial para a segurança pública

Em uma semana marcada por vários acontecimentos na área da segurança pública, o advogado Pierpaolo Bottini escreveu um oportuno artigo para o site Poder 360 (O Coaf é essencial para a segurança pública, de 28/10), onde afirma que "não há combate ao crime organizado sem inibição da lavagem de dinheiro e controle sobre operações financeiras e comerciais".

O jurista, que também é professor de Direito Penal na USP, alerta para o fato de que "o Coaf é o órgão público mais importante para o combate à lavagem de dinheiro, processo pelo qual organizações criminosas ocultam o produto dos delitos para manter suas atividades com aparência lícita".




Pierpaolo Botttini - Divulgação


O assunto vem à tona no exato momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio, anunciou (nesta quarta, dia 1º), uma nova operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com a entrada em ação do Exército, Marinha e Aeronáutica no combate ao crime organizado que comanda o tráfico de drogas e de armas no Rio de Janeiro.

O tema e seus possíveis desdobramentos também são objeto de mais um artigo do jornalista Luiz Carlos Azedo em sua coluna Nas Entrelinhas, no Correio Braziliense desta quinta-feira, dia 2 (Fracasso pode se repetir com GLO de Lula).

A megaoperação, que deve durar até maio do próximo ano, é uma cartada forte do Governo Federal, na medida em que o governador Cláudio Castro perdeu o controle da segurança no Estado. E vai contar também com o apoio da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Na estratégia dessa nova etapa da GLO, a Polícia Federal terá um papel vital no controle de operações de inteligência e de prisões (já realizou várias nesta quarta-feira). Trata-se justamente do trabalho igualmente realizado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), unidade de inteligência financeira criada no âmbito do Ministério da Fazenda e que, este ano, passou para a alçada do Ministério da Justiça.

Estando tanto a PF como agora o Coaf atuantes sob o guarda-chuva da pasta da Justiça e Segurança Pública, é de se esperar uma atuação conjunta desses importantes órgãos. Com apenas 89 servidores, segundo revela em seu artigo Pierpaolo Bottini, o Coaf deve ganhar em breve mais 33 funcionários, arregimentados através de concurso interno e vindos de outros departamentos do governo.