A colunista escreve nesta quarta-feira que "o descrédito a que o presidente submeteu seu ministro mais importante é injustificável e mina seu próprio mandato"
Menos de uma semana depois de implodir ao vivo, num café da manhã com jornalistas, a meta fiscal estipulada por seu ministro da Fazenda e aprovada pelo Congresso há menos de três meses, Lula agora corre atrás dos líderes e presidentes de partidos enfatizando a importância da pauta do mesmo Fernando Haddad para elevar a arrecadação. A pergunta é: depois de sua fala, ficou mais fácil ou mais difícil aprovar essas matérias? Mais caro ou mais barato?
Não são questões complexas, essas. Na verdade, são elementares tanto para o ex-líder sindical acostumado a negociações exaustivas, com alta carga de pressão psicológica, quanto para alguém que está no terceiro mandato presidencial. A pergunta menos óbvia, para a qual não encontro resposta convincente de ninguém desde sexta-feira é: por quê?
O descrédito a que o presidente submeteu seu ministro mais importante é injustificável, um tiro no pé maior do que muitos que ele já tinha dado desde o início do ano, quase todos desferidos por declarações inadvertidas.
A de agora é mais grave porque incide sobre a economia, ponto mais sensível de início e que, graças à estratégia de um Haddad agora alvejado, vinha dando sinais de melhora e conquistando a confiança de setores antes céticos. Confiança é um ativo raro e precioso em tempos de polarização enraivecida como essa de que o Brasil precisa se livrar. Quando o principal mandatário age para miná-la, a crise é séria.
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