O economista e cientista político Mauricio Moura, sócio do Fundo Gauss-Zaftra, escreveu um artigo para o site da revista Exame, à propósito das eleições presidenciais deste domingo, dia 22, na Argentina, e os caminhos rumos ao segundo turno. Acompanhe um trecho:
O quadro Mona Lisa, criação de Leonardo da Vinci, revolucionou a arte. De pequenas dimensões, a mesma só precisou, segundo os especialistas em arte, de 77 cm x 53 cm para reunir todas as inovações estéticas que marcaram o Renascimento, como perspectiva, contraste de luz e sombra, configuração piramidal. Todavia, para a visão mais leiga e menos técnica, o que acaba roubando a atenção é o olhar. Seus olhos exibem uma expressão carregada de intensidade, e criam uma ilusão de que aquela visão inquisitiva segue o espectador por todos os lados. O fenômeno ficou tão famoso que foi batizado informalmente de "efeito Mona Lisa".
As eleições presidenciais da Argentina do primeiro turno carregam um pouco de "efeito Mona Lisa". A depender do ângulo de análise dos resultados podemos ter um olhar diferente sobre os recados dos argentinos nas urnas em 22 de outubro de 2023.
Do lado do candidato da coligação governista e atual ministro da economia, Sergio Massa, o resultado é incrível e, a julgar pelo agregado de pesquisas, surpreendente. Ele terminou em primeiro lugar no primeiro turno com aproximadamente 36% dos votos. O postulante da situação não havia vencido as primárias (PASO) em agosto e é o responsável por uma economia que é uma máquina de produzir más notícias para a população. A inflação atingiu 138% por ano e sem horizonte de melhora. O desemprego assola a nação e as perspectivas de crescimento são pífias. Em geral, já são raríssimos os casos mundiais de ministros da economia que se transformam em chefes de Estado eleitos democraticamente.
Agora um ministro à frente de um quadro de hiperinflação ser o candidato mais votado de uma eleição presidencial é quase um feito único na História.
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https://exame.com/mundo/efeito-mona-lisa-e-os-diferentes-angulos-do-segundo-turno-na-argentina/