As aeronaves mais avançadas da Embraer - os jatos Phenom 300E e Praetor 600 - finalizaram neste domingo, dia 15, os testes do combustível de aviação 100% sustentável (SAF, ou Sustainable Aviation Fuels), segundo comunicado divulgado pela fabricante aeronáutica.
Os voos foram feitos na planta da Embraer em Melbourne, cidade do Estado da Flórida, nos Estados Unidos. A indústria brasileira de aviões diz que o uso do SAF é parte fundamental de seu compromisso com sustentabilidade.
A produção de SAF atingiu 300 milhões de litros no mundo em 2022. O número é o triplo do ano passado. No entanto, ainda representa 0,1% do total de combustível usado no mundo pelos aviões.
Além de poluir 80% menos que o querosene, o novo combustível é fácil de adotar, já que pode ser usado nos motores de aviões atuais sem grandes adaptações. O SAF também pode ser misturado ao querosene em várias proporções. Companhias de todo o mundo têm procurado substituir combustíveis fósseis pela alternativa renovável.
Apesar da alta procura, o avanço do SAF é lento por algumas razões, especialmente a dificuldade em aumentar a produção. O combustível é feito a partir de óleos de plantas como palma e mamona e de rejeitos orgânicos, incluindo óleos vegetais descartados. Montar uma fábrica leva de três a cinco anos.
"O uso de SAF essencial para que as operações da Embraer sejam neutras em carbono até 2040 e, assim, apoiar a meta do setor aeroespacial de zerar emissões até 2050", informou a companhia.
As aeronaves da empresa atualmente saem da linha de produção já aprovadas para utilizar uma mistura de até 50% de SAF junto ao querosene de aviação, segundo informação da própria Embraer.
O plano da companhia é colocar no mercado aeronaves habilitadas a voar com o tanque abastecido apenas com SAF, de forma a reduzir emissões ao possibilitar a troca de um combustível fóssil por uma fonte renovável.
A Embraer conclui sua nota afirmando que "continuará trabalhando em direção a um futuro mais sustentável para a indústria da aviação por meio de esforços adicionais, como a pesquisa e o desenvolvimento de alternativas de sistemas de propulsão de baixa ou zero emissão, como eletrificação, híbrido-elétrico e hidrogênio".