"As Vantagens de ser Invisível"-"The Perkes of being a Wallflower", Estados Unidos, 2012 Direção: Stephen Chbosky, Netflix |
''As Vantagens de ser Invisível'', por Eleonora Rosset

''As Vantagens de ser Invisível'', por Eleonora Rosset

A passagem da adolescência para a vida adulta é quase sempre problemática, como bem demonstra esse filme norte-americano

Adaptado do livro de mesmo nome e dirigido pelo autor do livro, o filme transpira sinceridade.

Charlie é recém chegado no ensino médio. Tímido ou melhor retraido, tem medo que falem dele como "aquele garoto que foi internado". Foi mesmo mas não quer falar sobre esse assunto.

Algo doloroso aconteceu com ele,que sofria de síndrome pós traumática. Seu melhor amigo tinha se suicidado e a tia morrera num acidente de carro.

O vemos escrevendo uma carta para um amigo sem nome, talvez ele mesmo, onde desabafa seus medos e triunfos, os acontecimentos que marcaram sua vida aos 16 anos.

No início foi difícil, mas Charlie encontra seu primeiro amigo no professor de "Inglês Avançado", que percebe o interesse do menino. O único da classe que entendia as perguntas do professor.

Encontrar amigos de sua idade foi mais difícil ainda. Mas Sam (Emma Stone) e seu meio-irmão Patrick (Ezra Miller) simpatizam com Charlie e o apresentam para a turma deles.

Charlie (Logan Lerman) logo se aproxima de Sam, que está se formando naquele ano e escolhendo a universidade que vai cursar. E a lindinha de cabelos curtos logo ocupa o coração dele. Mas Charlie não se declara. Ela tinha namorado.

O clima entre Charlie e seus amigos de agora é leve por fora mas pesado por dentro. Os rapazes gays não saem abertamente do "armário". E o pai de um deles dá um flagrante no filho. O ambiente fica tenso.

Charlie experimenta todas as drogas dos anos 80. E passa mal, claro.

A frase "aceitamos o amor que achamos que merecemos", é dita a Charlie pelo professor que gosta dele.

Charlie é muito ingênuo e seu primeiro beijo e a primeira namorada acontecem meio sem querer.

O pior é que Charlie arrasta um caminhão de culpa pela tia que morrera mas não pensa nos abusos que sofreu.

Leva algum tempo para Charlie entender o que se passa com ele. Mas terapia e remédios ajudam a lidar melhor com a realidade e parar de alucinar.

E tudo vai passar. O final da adolescência é um luto pela infância que não vai voltar nunca mais.

E Charlie imita Sam que adorava levantar-se e ficar de braços abertos no túnel iluminado, "voando" e gritando.

Assim também, com essa sensação de liberdade, Charlie dá as boas vindas para o resto de sua vida.

(O trailer está no meu blog: www.eleonorarosset.com.br)