Um trecho interligando as cidades de Palmeiras de Goiás e Goianira reuniu na semana passada duas pontas vindas de lados opostos da Ferrovia Norte-Sul. Após mais de três décadas de construção, a linha que vem de Açailândia, no Maranhão, se encontrou com a parte que vem de Estrela d'Oeste, em São Paulo. No total, 2,2 mil quilômetros que irão interligar dois dos principais portos do país: Itaqui (MA) e Santos (SP).
Com a finalização da obra, está prevista uma inauguração oficial da ferrovia, embora o Governo Federal ainda não tenha feito um comunicado a respeito. É que, antes, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fará uma vistoria para formalizar o processo de homologação da nova linha.
O trecho que ficou pronto é de responsabilidade da Rumo, que em 2019 ganhou a subconcessão de 1.537 quilômetros da estrada de ferro, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d'Oeste. O outro trecho, de 720 quilômetros, que vai de Porto Nacional a Açailândia, foi concedido em 2008 à VLI, empresa controlada pela mineradora Vale.
A ferrovia, que teve sua construção iniciada em 1986 durante o governo do presidente José Sarney, passa por três regiões do país (Norte, Centro-Oeste e Sudeste), conectando áreas de três estados (Minas Gerais, Goiás e Tocantins) que não têm nem saída para o mar, mais São Paulo e Maranhão.
O projeto inicial previa uma linha férrea com 4.155 quilômetros, que fecharia o trajeto "Norte-Sul" até o porto de Rio Grande (RS). Mas, entre 2006 a 2008, um novo percurso foi definido após muitas polêmicas. Os problemas, aliás, começaram já no anúncio da ferrovia, quando a imprensa divulgou denúncia sobre um combinado feito entre as construtoras para lotear os trechos da construção.
Com a obra finalizada, a expectativa dos setores de transporte, logística e agropecuária é que haja um impulso econômico das regiões por onde passará a ferrovia, notadamente Centro-Sul e Norte do país.