Índia planeja fabricar jatos e quer parcerias com Embraer e Sukhoi

A Índia busca parcerias com fabricantes globais de aeronaves, entre elas a brasileira Embraer e a russa Sukhoi, para produzir pequenos aviões localmente com o objetivo de melhorar a conectividade em cidades menores e áreas distantes, conforme informações divulgadas neste último final de semana pelos sites especializados Aeroin e Airway.

O projeto do governo prevê uma empresa com 51% do capital estatal ou de uma empresa privada indiana, enquanto os parceiros seriam responsáveis pela transferência de tecnologia. Os jatos, que normalmente acomodam menos de 100 pessoas, seriam produzidos no estado de Gujarat.

O mercado de aviação indiano mostra o crescimento mais rápido do mundo, e agora tenta aumentar sua frota de aviões pequenos - os aeroportos de lá tem em comum capacidade limitada, pistas curtas e não são equipados para receberem aeronaves maiores da Airbus e da Boeing. Com a fabricação local, o governo pretende impulsionar a geração de empregos, o turismo e facilitar o acesso mais rápido a áreas remotas do país localizado no sul da Ásia, cuja população de 1,4 bilhão de habitantes já encosta na da China.

A Airbus estima que a Índia precisará de 2.210 aeronaves até 2040, sendo que 80% delas serão jatos menores. O país despertou o interesse de fabricantes globais de turboélices: a De Havilland Aircraft planeja conquistar 80% desse mercado para aviões menores, com menos de 20 passageiros.

As reportagens informam também que a Índia concluiu discussões preliminares com a Embraer, enquanto a Sukhoi manifestou interesse em fabricar jatos regionais localmente. O país também já conversou com a ATR, uma joint venture entre a Airbus e a italiana Leonardo, para fabricar na Índia. Um modelo ATR, que opera na Índia atendendo companhias regionais, pode transportar cerca de 72 passageiros, caso do ATR-72, uma aeronave comercial bimotora, pressurizada, de médio porte e propulsão turboélice, com asas altas.



A aeronave Gripen - Força Aérea  Brasileira

A russa Sukhoi foi uma das participantes da longa licitação pela oferta de caças de última geração à Força Aérea Brasileira. A venda foi concluída em 2013, após 15 anos de negociações com o governo brasileiro - começou com Fernando Henrique Cardoso, passou por Luiz Inácio Lula da Silva e terminou com Dilma Rousseff.

A fabricante russa, entretanto, corria por fora nessa dura disputa; apareciam com maior favoritismo a sueca Saab (Gripen), a norte-americana Boeing (Super Hornet) e a francesa Dassault (Rafale). O valor do negócio, à época, foi de R$ 4,5 bilhões, e as primeiras das 36 unidades encomendadas do jato já atendem aos pilotos da Aeronáutica do Brasil.