Djamila Ribeiro, mestre em filosofia política pela Unifesp e coordenadora da coleção de livros Feminismos Plurais, escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, dia 24, em que aborda o belíssimo desfile da Mangueira no Carnaval do Rio.
"A Estação Primeira de Mangueira arrastou a multidão na Marquês de Sapucaí com uma homenagem a Iansã, aquela que rege, vezes como búfala, vezes como borboleta, os caminhos da escola querida de muitos cariocas e de todo o Brasil.
Neste ano seu desfile foi muito especial. A rainha Evelyn Bastos abria os caminhos para a passagem da impecável bateria regida por Rodrigo Explosão e Taranta Neto. Um samba-enredo que ganhou o país na voz de Margareth Menezes levantou o povo, que, atrás da verde e rosa, chegou com a chave de ouro do domingo de Carnaval.
Alcione, Leci Brandão e toda a Velha Guarda e seus baluartes coloriam aquele desfile impressionante com a história e tradição à luz do nascer do Sol. Parafraseando o mangueirense Cartola, "Alvorada, com a Mangueira, que beleza, ninguém chora, não há tristeza...".
Uma coisa de que gosto no Carnaval do Rio é que desfilam apenas escolas de samba de comunidades. E há uma lógica de respeito mútuo, de samba no pé e de colaboração. Quando estava no ensaio técnico da Mangueira, no começo do mês, tive o prazer de encontrar a presidenta da escola, Guanayra Firmino, e pude caminhar junto com ela até a concentração. Em sua gestão, foram privilegiadas "crias" da comunidade, homens e mulheres que nasceram no Morro de Mangueira e hoje trazem a tarefa de levar o legado adiante.
Afinal, o Carnaval é uma festa ou não é?
Veja a íntegra do artigo de Djamila Ribeiro no site da FSP:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-ribeiro/2023/02/mangueira-a-campea-do-povo.shtml