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Desaceleração da inflação virá no começo de 2023, prevê vice-presidente do BCE

Desaceleração da inflação virá no começo de 2023, prevê vice-presidente do BCE

Bolsas europeias reagem bem, com altas na França e Inglaterra, e neutralidade na Alemanha

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), o espanhol Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira, dia 29, que a inflação deve desacelerar a partir dos dois primeiros trimestres de 2023.

No entanto, ele projeta que os preços continuam em níveis ainda elevados mesmo após moderarem, e por isso a política monetária seguirá fundamental. "Faremos todo o necessário para que efetivamente a inflação acabe convergindo para 2%, de forma simétrica e a médio prazo, que é nosso objetivo final", disse Guindos, em painel durante evento do jornal espanhol Expansión.




O dirigente alertou que a desaceleração da economia por si só não será suficiente para que a inflação atinja a meta do BCE. Segundo Guindos, há possibilidade de que a zona do euro entre em recessão técnica em breve. A piora da situação econômica - junto com o aperto monetário - provocou uma "deterioração importante da estabilidade financeira" no bloco, alertou.

Dois fatores ainda podem auxiliar o BCE em sua missão de reduzir a inflação. Primeiro, e mais certo, a redução do balanço de ativos da entidade, que "ajudará a reduzir o excesso de liquidez nos mercados". As discussões sobre o tema começarão na reunião monetária de dezembro do BCE, como já antecipou a entidade.

De acordo com o dirigente, a política fiscal de governos europeus não pode operar em "conflito" com as decisões monetárias do BCE. O suporte fiscal em meio à crise econômica atual deve ser "dirigido, sustentável e com foco em sustentar a renda da população", aconselhou.

As bolsas europeias reagiram bem à fala do presidente do BCE: a bolsa francesa (CAC 40) disparou 3,77%; o índice britânico (FTSE 100) fechou em alta de 0,51%; e na Alemanha os marcadores DAX e Euro Stoxx 50 encerraram a sessão neutros.