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Pesquisa Ideia/Revista GQ aponta que 70% dos homens brasileiros estão endividados

Pesquisa Ideia/Revista GQ aponta que 70% dos homens brasileiros estão endividados

"Não está tudo bem no mundo das finanças masculinas, já que 70% dos homens brasileiros estão endividados". É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Revista GQBrasil/Instituto Ideia, que marca o lançamento da edição de maio já disponível esta semana nas bancas. Foram entrevistados 663 homens com mais de 18 anos, com proporcionalidade regional, social e etária projetada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com margem de erro de 2,8 pontos percentuais.

Além do alto índice de endividamento, o homem brasileiro também não se considera feliz no trabalho. Quase 60% dos entrevistados afirmaram estar profissionalmente abaixo da expectativa. Diante dessas questões financeiras e profissionais negativas, não e à toa que 83% já sofreram algum tipo de estresse, 74% de ansiedade, 34% de depressão e 26% de pânico. Para piorar o cenário, 44% disseram não praticar atividades físicas.

Em um ponto-chave do trabalho, a pesquisa escancara aquilo que as mulheres conhecem muito bem do universo masculino, que é seu comportamento machista. Somente um terço dos entrevistados diz apoiar o feminismo, contra 44% que abertamente responderam não apoiar e 23% que simplesmente preferiram não responder. Nesse contexto, 43% ouvem comentários machistas sem se incomodar ou contestar, enquanto 19% dizem contestá-los.

Na sequência, aproximadamente 45% dos entrevistados acreditam que a virgindade feminina tem importância, sendo que para 12% ela é fundamental. A mulher mais admirada por eles é a própria mãe, com 36% das escolhas, contra 6% das esposas. A figura do pai também é admirada, mas em escolha que perde feio para a mãe, com 15 pontos porcentuais a menos quando comparados ao resultado materno.

Se as opiniões do homem moderno ainda chocam em relação aos quesitos apontados acima, em outras aparecem algumas surpresas. A pesquisa revela que 90% deles não teriam problemas em circular com uma peça cor de rosa. E que 63% já se valem de produtos para cuidar da pele, sendo que outros 32% admitem que poderiam usa-los. Mais ainda: 37% aceitam a ideia de incorporar maquiagem ao seu visual.

É o que o estudo chama de "nova masculinidade" para o mercado de bens de consumo, onde é possível o uso de unhas coloridas - 30% do público masculino já incorporou ou está aberto a usar unhas coloridas, a exemplo do ator José Loreto, um dos peões da novela Pantanal; ou do surfista potiguar Ítalo Ferreira, medalha de ouro na Olimpíada de Tóquio. Quanto ao uso de brincos, 47% dos entrevistados usam ou topariam usar, num percentual maior do que aqueles que vestiriam uma saia (12%), como já fizeram o surfista Pedro Scooby, o cantor Fiuk e, mais longe no tempo ainda, o pintor Flávio de Carvalho, que em 1956 escandalizou a sociedade paulista ao caminhar pelo centro da cidade vestindo saia, meia calça e blusa.

O desejo de ter uma arma de fogo, cuja liberação foi a principal bandeira na eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018, é algo mais caro aos jovens. Um item considerado muito importante por 24% dos homens em geral, mas com seu auge nos grupos de 18 a 24 anos (27%) e entre 25 a 34 anos (30%).

Há vários pontos consideráveis para abordar, mas sem estender o texto sobre a pesquisa, que pode ser vista na íntegra na edição de maio da revista GQ Brasil, vale lembrar outro ponto-chave do universo masculino: o esporte. Para metade dos entrevistados, os ícones do esporte nacional continuam sendo atletas de um tempo longínquo, como Pelé e Ayrton Senna.

Mesmo que o Rei do futebol já tenha se despedido dos campos há cerca de 40 anos e Senna tenha sido vítima daquele acidente fatal em 1º de maio de 1994, em Imola, na Itália, são eles ainda a referência principal do brasileiro. No presente momento, candidatos que poderiam assumir essa posição no imaginário masculino, como o jogador Neymar ou mesmo um dos medalhistas da olimpíada de 2021, ainda não representam nem de longe o que foram aqueles ídolos de um passado recente no Brasil.