O Banco Inter desistiu de promover uma reorganização societária que culminaria com sua saída da bolsa brasileira e posterior listagem de uma nova holding na Nasdaq, como já havia anunciado ao mercado. Isso ocorreu porque o valor a ser desembolsado para fins de pagamento da opção "cash-out" (quando o acionista recebe em dinheiro por sua participação) excedeu o limite de R$ 2 bilhões estabelecido pelo instituição.
"Em consequência, nesta data, o conselho de administração do Inter optou por não exercer a prerrogativa que lhe foi outorgada de aprovar o pagamento da opção cash-out em valor superior ao cap cash-out. Assim, a reorganização societária não será implementada nos termos aprovados na assembleia geral extraordinária realizada em 25 de novembro", informou o banco.
A reorganização societária havia sido aprovada com voto favorável de mais de 82% das ações na assembleia. O Inter poderia escolher pagar um cash-out acima de R$ 2 bilhões, caso determinasse, "após avaliação fundamentada, que a renúncia [a esse teto] é no melhor interesse do Inter e de seus acionistas". Mas preferiu não fazê-lo.
O acionista de Inter podia decidir até hoje se queria receber seus BDRs (certificados de depósitos de ações) quando a reorganização fosse concluída, ou o valor de sua participação em dinheiro. Optando por fazer o cash-out, o valor a ser pago por unit será de R$ 45,84. Como no fechamento de ontem o preço do papel era de R$ 33,87, para quem já era acionista e queria vender a unit seria possível liquidar a posição a um valor superior ao de mercado.
Para o Inter, a listagem na Nasdaq traria uma série de vantagens, como o fortalecimento de sua posição como uma companhia global de tecnologia no setor financeiro; um aumento na base e diversificação de investidores, clientes, serviços e produtos; e maior facilidade na comparação com outras instituições financeiras digitas e plataformas de e-commerce, entre outras.