Por: Tales Faria
Ministro do Empreendedorismo, da Micro e da Pequena empresa, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) disse à coluna que está pronto para bater no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) num debate público, em 2026, entre os candidatos ao governo do estado.
"Tarcísio só disputou com gentlemens até agora. Comigo, ele terá que responder sobre detalhes do seu passado que estou pronto a revelar", afirmou sem citar a que fatos do passado do governador se referia.
Os dois adversários do governador que França citou são o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB). Tarcísio disputou contra eles - e venceu - a eleição para o governo do estado em 2022.
"Os dois são homens excessivamente educados. Bateram com luvas de pelica. Eu serei bem mais contundente", argumentou França.
O ministro acredita que Tarcísio de Freitas acabará mesmo concorrendo à reeleição. Irá desistir de uma candidatura ao Palácio do Planalto diante do fortalecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da crise no bolsonarismo causada pelas articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em favor do tarifaços dos EUA contra o Brasil.
A declaração de França sobre sua possível disputa cntra Tarcísio foi dada diante da pergunta se ele abria mão de concorrer a uma das duas vagas de senador por São Paulo que serão abertas para a próxima legislatura.
É que seu partido, o PSB, cogita apresentar a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como candidata ao Senado. Tebet hoje está no MDB, mas o Planalto gostaria que ela transferisse o título para São Paulo a fim de montar uma chapa forte contra os aliados no estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A chapa teria Márcio França como candidato ao governo e, para o Senado, a dobradinha entre Simone Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), era um nome cogitado para concorrer ao Senado. Mas Alckmin tem dito que prefere disputar a reeleição na chapa ao Planalto encabeçada pelo presidente Lula.
Ele comunicou seu desejo tanto a Lula como ao PT e ao PSB. Já contava com a simpatia pessoal do presidente da República e se fortaleceu ainda mais diante do bom desempenho que tem tido nas negociações sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil.
O presidente nacional do PT, Edinho Silva, também já declarou à coluna que defende Haddad como candidato ao Senado e apoia a permanência de Geraldo Alckmin na chapa de Lula.
O vice-presidente da República até conversou sobre a montagem da chapa de 2026 em São Paulo com a própria ministra Tebet. Ele abriu as portas do PSB à sua filiação.
Tebet, no entanto, não bateu o martelo. Filiada ao MDB de Mato Grosso do Sul, elegeu-se senadora em 2014 e concorreu à Presidência da República em 2022. Derrotada, fechou apoio do MDB ao presidente Lula no segundo turno, e acabou se tornando ministra.
Agora, antes de decidir, a ministra tem que saber com seu partido no Mato Grosso do Sul qual espaço teria no estado. Já Márcio França, assim como Alckmin, avisa que no PSB ela tem o caminho aberto:
"Eu sei que a disputa pelo governo contra o Tarcísio será mais difícil do que concorrer ao Senado. Mas é o que eu quero e acho que vencerei. A Simone é muito bem vinda ao PSB de São Paulo. Faremos uma ótima dobradinha."
Correio da Manhã
https://www.correiodamanha.com.br/colunistas/tales-faria/2025/10/230071-franca-desafia-tarcisio-ele-so-disputou-com-gentlemens.html
