Aprovação do governo Lula deu salto de sete pontos, diz levantamento

Mônica Bergamo

Pesquisa Pulso Brasil-Ipespe mostra que a aprovação do STF (Supremo Tribunal Federal) aumentou de 43% para 46% após o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e dos envolvidos na trama golpista. A desaprovação, por outro lado, caiu cinco pontos em relação ao levantamento anterior, feito em julho: de 49% para 45%.

Já a imagem da Câmara dos Deputados sofreu movimento inverso. A desaprovação subiu de 63% para 70%, e a aprovação caiu de 24% para 18%.

A PEC da Blindagem e o motim realizado por bolsonaristas após a condenação do ex-presidente produziram o "desgaste significativo" da imagem da Casa, segundo avaliação do cientista político Antonio Lavareda, que coordena a pesquisa.

Mesmo entre eleitores de Bolsonaro, o índice de avaliação negativa da Casa é de 59%, superior aos 24% que aprovam a atuação dos parlamentares. Nos entrevistados que se definem como de direita, os percentuais são semelhantes: 58% desaprovam ante 28% que aprovam.

No caso dos eleitores de Lula, a avaliação negativa da Câmara é ainda maior, de 77% (16% aprovam).
Por sua vez, a avaliação negativa do STF tem ampla maioria entre os que votaram em Bolsonaro: 93% desaprovam a conduta dos ministros e só 2% aprovam. Já entre os que apoiam Lula, 87% aprovam a atuação da Corte e 6% desaprovam.

A pesquisa, com 2.500 entrevistados, foi feita pelo Ipespe entre 19 e 22 de setembro em todo o país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento também mostra que a aprovação do governo petista cresceu sete pontos percentuais (de 43% para 50%) e a desaprovação caiu de 51% para 48%.

A avaliação positiva é ampla entre eleitores de esquerda, com índice de 95%. Mesmo entre os que se dizem ser de centro, o percentual de aprovação da gestão petista é de 49%, maior que a desaprovação (45%).

Já entre os entrevistados de direita, 88% têm avaliação negativa de Lula e só 10%, positiva.

Na análise por classes sociais, o governo tem maior aprovação entre os pobres (52%) e a classe média (51%), e é desaprovado por 84% dos considerados ricos.

A pesquisa apontou ainda uma leve oscilação positiva na imagem do Senado, de um ponto percentual na aprovação (de 25% para 26%). A desaprovação teve queda de 61% para 59%, dentro da margem de erro.

Folha de S.Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/09/aprovacao-do-stf-sobe-apos-julgamento-de-bolsonaro-enquanto-camara-perde-apoio.shtml