O que fazer em uma primeira viagem a Roma, capital da Itália

Cidade Eterna é um dos destinos mais visitados do mundo e encanta por suas ruas cheias de monumentos preservados, igrejas e praças fotogênicas

Daniela Filomeno, do Viagem & Gastronomia

Muitos adjetivos ajudam a definir Roma. Encantadora, bela, gastronômica e histórica são alguns deles. Quase todos os cantinhos da Cidade Eterna são atrativos turísticos que valem a pena apreciar. E por mais que o passado esteja em cada viela, a modernidade também pulsa nos restaurantes, bares e centros culturais.

Porta de entrada para as descobertas na Itália, Roma é um dos destinos da 10ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia. É uma das cidades mais visitadas do mundo, em que recebeu 51,4 milhões de viajantes só no ano passado.

É também uma cidade adorada por nós brasileiros, principalmente no período do verão europeu, quando as temperaturas batem os 30°C e o sol se põe bem mais tarde, ao redor das 21h.

Mas o que fazer em Roma em uma primeira viagem? Com tantos atrativos, fica difícil saber por onde começar. Abaixo, compartilho os principais pontos para colocar no roteiro e, no fim do texto, dou algumas dicas úteis para antes e durante a viagem. Ciao!

O que fazer em uma primeira vez em Roma

Daniela Filomeno em passseio panorâmico por Roma a bordo de um antigo Fiat 500 CNN Viagem & Gastronomia

Caso queira adicionar mais estilo à programação, faça como eu: escolha um passeio panorâmico pela cidade a bordo de um antigo Fiat 500. A atividade privada dura cerca de três horas e nos leva a endereços como o Circo Máximo, o bairro de Trastevere e até o centro. É divertido e nos garante uma outra perspectiva de Roma.

Abaixo, confira alguns dos passeios que fiz para os episódios da 10ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia e outras atividades que merecem estar no roteiro de uma primeira viagem.

Fontana di Trevi

Fontana di Trevi é um dos cartões-postais de Roma CNN Viagem & Gastronomia

Inaugurada em 1762, a Fontana di Trevi se transformou em um dos marcos italianos mais conhecidos no mundo todo. Cartão-postal de Roma, pode ser a porta de entrada para os passeios no centro histórico, que exibe suas belezas pelas vielas e praças.

Aqui, viajantes buscam um lugarzinho perto das águas para jogar uma moeda e fazer um pedido - assim, a volta à Cidade Eterna está garantida. Eternizada no filme "La Dolce Vita", a fonte costuma reunir muitas pessoas diariamente. Portanto, escolha um horário alternativo se quiser fotos com mais tranquilidade.

A visita na Fontana é gratuita, mas em certos horários de pico a circulação pode ser controlada. Além das esculturas barrocas, o monumento "esconde" um sítio arqueológico debaixo dos nossos pés, o Vicus Caprarius, cuja entrada sai por ? 4 (R$ 26).

Panteão

Interior do Panteão, que tem mais de dois mil anos de história CNN Viagem & Gastronomia

A uma curta distância da Fontana di Trevi, o Panteão arranca suspiros de todos que passam pela Piazza della Rotonda. Isso porque a construção imponente, com 16 colunas coríntias de granito no pórtico, é um testemunho bem preservado de uma história que se alonga por mais de dois mil anos.

Erguida para ser um templo de adoração aos deuses romanos, a estrutura original veio abaixo após um incêndio, mas a que vemos hoje, construída por ordem de Adriano, sobrevive desse 125 d.C.

Hoje, o local é uma igreja católica e mausoléu. O interior surpreende pela enorme cúpula, uma maravilha da engenharia com mais de 43 metros de diâmetro. Ela é aberta, fazendo com que a chuva que entra por ali se disperse e seja drenada por ralos no chão.

A entrada sai a partir de ?15 (R$ 95) para tours com audioguia. A visita é gratuita em todo primeiro domingo do mês.

Piazza Navona

Daniela Filomeno em uma das fontes da Piazza Navona CNN Viagem & Gastronomia

A poucos passos do Panteão fica a Piazza Navona, que reúne três fontes em sua extensão, além de vários restaurantes e sorveterias.

Entre na Igreja de Sant'Agnese in Agone e faça uma pausa. Note que a praça tem um formato oval, que remete aos tempos em que era destinada aos jogos atléticos na Roma Antiga. As construções foram erguidas aqui séculos depois.

Inclusive, em uma das pontas da piazza fica a Embaixada do Brasil, que ocupa o Palazzo Pamphilj, construção do século XVII. O palazzo aceita visitas, que devem ser checadas em uma plataforma própria - no momento, o local encontra-se fechado por conta de restauros.

Campo de' Fiori

Descendo a Piazza Navona em direção ao Rio Tibre encontramos o Campo de' Fiori, marcado por uma praça que recebe uma feira durante o dia e que se transforma em um ponto vibrante com restaurantes e bares ao cair da noite.

Em um dos cantos fica o Forno Campo de' Fiori, local concorrido para uma pizza romana e boa paradinha para um supllì no meio do dia.

Villa Borghese

A Villa Borghese é um dos pulmões verdes mais próximos do centro de Roma. A enorme propriedade era da família Borghese e, para nossa sorte, foi transformada em parque urbano. Aqui o passeio é sem pressa: procure pelos jardins, lagos, cafezinhos e mirantes com vistas para as cúpulas de Roma.

Algumas atrações chamam o parque de lar, como a Galeria Borghese, que abriga peças de Caravaggio e Bernini; o Bioparco, espécie de zoológico; e a Villa Medici, com jardins minuciosamente cuidados pertinho do topo da Escada Espanhola.

Piazza del Popolo

Piazza del Popolo é uma emblemática piazza de Roma, com hotéis, restaurantes e igrejas CNN Viagem & Gastronomia

Esta é mais uma das célebres praças de Roma. Se quiser, aproveite para terminar o passeio pela Villa Borghese aqui, já que os locais são conectados. O centro da piazza abriga o obelisco de Ramsés II, trazido diretamente do Egito.

Aqui também fica a Porta del Popolo, antiga entrada norte da cidade. Meu destaque vai para as igrejas gêmeas, a Santa Maria dei Miracoli e a Santa Maria in Montesanto, que demonstram beleza em dobro.

Ainda há uma terceira igreja, a basílica Santa Maria del Popolo, com obras de Caravaggio e Rafael.

Piazza di Spagna

Escadarias da Piazza di Spagna levam até a igreja Trinità dei Monti CNN Viagem & Gastronomia

Com suas escadarias fotogênicas, a Piazza di Spagna é mais um dos locais que caíram nas graças do cinema com o filme "A Princesa e o Plebeu". Um de seus acessos se dá pela Via Condotti, que reúne grifes de luxo - uma atração por si só.

No centro da praça há a Fontana della Barcaccia, obra de Pietro Bernini. Se tiver fôlego, suba as escadarias para um visual privilegiado de Roma. Lá em cima fica a igreja Trinità dei Monti.

Coliseu e Foro Romano

Daniela Filomeno nas ruínas do Foro Romano, centro da vida pública da Roma antiga CNN Viagem & Gastronomia

É imbatível: o Coliseu é o monumento que resume a Roma Antiga e que sobrevive para contar um pedaço desta magnífica história. Foi o maior anfiteatro construído pelo Império Romano e data de 80 d.C, há mais de dois mil anos. A arena mostrava todo o poder do império e era o local onde os gladiadores lutavam, acolhendo mais de 50 mil espectadores.

Vizinho ao Coliseu fica o Foro Romano, que nos revela ruínas do que foi o centro político, religioso e comercial da Roma Antiga. Prepare-se: é enorme, com vários setores a serem conhecidos.

Entre as ruínas, destaco o Arco de Tito, a Via Sacra, assim como os resquícios do Templo de Saturno, do Templo de Antonina e Faustina e do Templo de Vênus, este último mais escondidinho, atrás do Museu do Foro Romano.

A dica é comprar um ingresso combinado que dê acesso ao Coliseu e ao Foro, que sai por ?18 (R$ 115). Ao redor do Foro fica o bairro de Monti, com ruas pitorescas, restaurantes e sorveterias.

Eu adoro visitar o exterior do Coliseu de noite, já que ganha nuances ainda mais lindas com as luzes noturnas. Vale dizer que o monumento é servido pela linha de metro Azul (linha B), com a parada Colosseo.

Palazzo Colonna

Interior da Galeria Colonna, que guarda valioso acervo de artes e afrescos CNN Viagem & Gastronomia

Em Roma, praças e palacetes são parte da vida cotidiana e das descobertas pelo centro. Quase vizinho ao Monumento a Vittorio Emanuele II, o Palazzo Colonna é um dos mais interessantes de toda a cidade. É um dos palácios privados mais luxuosos e antigos da capital.

Erguido a partir do século XIV, foi ampliado e serviu como residência para a família Colonna, mostrando todo o seu poder. Hoje, é um centro cultural que guarda obras-primas italianas. Mas o grande destaque é a Galeria Colonna, salão barroco recheado de afrescos, mármores e espelhos que nos deixa maravilhados com seu esplendor.

O palazzo ainda guarda várias salas e o apartamento da Princesa Isabelle. As visitas públicas ocorrem de sexta e sábado, com entrada a partir de ?16,50 (R$ 105). Visitas privativas também podem ser reservadas para outros dias da semana diretamente com a administração.

Vaticano

Vaticano é uma cidade-Estado e sede da Igreja Católica no mundo CNN Viagem & Gastronomia

O Vaticano é um capítulo à parte. Já diz o ditado: "ir à Roma e não ver o Papa" é o mesmo que não experimentar um passeio essencial. Trata-se do menor país do mundo, mas que recebe milhões de visitantes e peregrinos todos os anos.

Mesmo se não tiver ingressos para os Museus do Vaticano, complexo que abrange mais de 20 museus e galerias, incluindo a Capela Sistina, vale visitar o local para se deslumbrar com a Basílica de São Pedro.

Chegue cedo, logo pela manhã, para evitar multidões, especialmente neste ano, que marca o Jubileu. A entrada no Vaticano é gratuita e todos precisam passar por um detector de metal antes de adentrar a Praça de São Pedro. Dirija-se à basílica, que deixa qualquer um extasiado pelo tamanho e história - afinal, é o maior templo do catolicismo do mundo.

Fique atento aos horários e dias de missa, inclusive com o Papa. Para chegar ao Vaticano de metrô, saia na estação Ottaviano-San Pietro, da linha Laranja (A), e caminhe por cerca de 10 minutos até uma das entradas.

Castelo Sant'Angelo

Passetto di Borgo liga Vaticano ao Castelo Sant'Angelo Luigi Di Stano

É daquelas construções que podemos ver de longe: o Castelo Sant'Angelo é uma imponente fortaleza às margens do Rio Tibre, pertinho do Vaticano. Foi construída incialmente como um mausoléu ao Imperador Adriano em 135 d.C, mas teve vários usos ao longo do tempo, como prisão e até residência papal.

O interior nos revela obras de arte e vistas para Roma. Há até uma passagem secreta dos papas que se liga diretamente ao Vaticano. A passagem é chamada de Passetto di Borgo e foi reaberta neste ano, com visitas diurnas e noturnas. A entrada para o Castelo Sant'Angelo sai por 16 euros (R$ 101).

Trastevere

Do outro lado do centro histórico, cruzando o Rio Tibre, o bairro de Trastevere nos dá um gostinho boêmio da vida romana. Moradores e turistas convivem aqui entre bares, pizzarias e restaurantes.

O ideal é "se perder" pelas vielas do bairro e curtir os cantinhos mais pitorescos. Um dos pontos principais é a Piazza Trilussa, um bom ponto de partida.

A sugestão é percorrer o bairro ao cair da tarde e estender o passeio até a noite. Comece com um sorvete na Otaleg, com sabores criativos e deliciosos. Depois, entre de igreja em igreja e aprecie todos os detalhes - as paradinhas também aliviam o cansaço.

A partir das 18h, aproveite o aperitivo com um vinho ou drinque junto de um supplì, e, depois, sente-se no terraço de algum restaurante e peça uma massa caprichada como recompensa.

Outras sugestões

Se você não abre mão de um museu, tenha no radar o Palazzo Barberini, que abriga a Galeria Nacional de Arte Antiga, com obras de Caravaggio e Rafael - é também um local agradável com pátio e jardins perto do centro. Caso queira sabores bem locais, vá ao Testaccio Market, com lojinhas que servem as mais diversas comidas, incluindo pizzas e sanduíches suculentos, vendidas em porções ideais para experimentar de tudo um pouco.

Por falar em comida, confira 10 restaurantes tradicionais que estão entre os meus prediletos em Roma e também um mergulho pelas histórias de outros 10 endereços icônicos da cidade.

Daniela Filomeno dentro do Coliseu, cartão-postal de Roma e passeio imperdível CNN Viagem & Gastronomia

Antes de finalmente colocarmos os pés em território italiano, é importante considerar algumas informações a respeito de agendamento de passeios e até sobre a língua local.

Compre ingressos com antecedência: pode ser clichê, mas comprar tíquetes com antecedência para as atrações mais concorridas nos poupa dores de cabeça e perda de tempo. Locais como o Coliseu, o Foro Romano e os Museus do Vaticano têm capacidade limitada e costumam liberar ingressos um mês antes das datas de visitação, no mínimo. Fique atento aos sites oficiais dos atrativos. O mesmo vale para certos restaurantes, com reservas indicadas antes mesmo de sair do Brasil;
Aprenda frases básicas e cumprimentos em italiano: é importante começar interações com pessoas locais em italiano, para demonstrar respeito. Palavras como "Buongiorno" (bom dia), "Grazie" (obrigado), "Prego" (de nada) e "Scusi" (com licença) podem ser uma mão na roda;
Anda-se muito em Roma: tenha em mente que Roma é uma cidade em que andamos muito, percorrendo dezenas quilômetros a pé. Portanto, leve roupas e sapatos confortáveis e planeje paradinhas estratégicas ao longo do dia.
A chegada em Roma acontece principalmente pelo Aeroporto Fiumicino - Leonardo da Vinci, o maior e mais movimentado da Itália, que fica a 35 quilômetros do centro histórico. Há um segundo aeroporto que serve a cidade, o Aeroporto de Roma Ciampino, a 15 quilômetros, onde operam companhias aéreas low cost.
Como sair do Aeroporto Fiumicino em direção a Roma: há três opções mais comuns para ir do aeroporto à cidade e vice-versa. A primeira e mais usual ocorre por meio do trem Leonardo Express, que vai do aeroporto ao terminal Roma Termini (no centro) em apenas em 32 minutos, sem paradas. Os trens costumam sair a cada 15 minutos e custam ?14 (cerca de R$ 90) por pessoa - o combo de quatro tíquetes sai por ?40 (R$ 257). Também há opção de ir de ônibus, com trajeto de cerca de uma hora (a depender do trânsito), com algumas empresas oferecendo o trecho por ?7 (R$ 45), ou de táxi, com tarifa fixa entre o aeroporto e o centro da cidade por ?55 (R$ 353) para até quatro passageiros.
Metrô em Roma: o metrô é um dos modos de transporte mais usados dentro da cidade. Alguns dos pontos turísticos mais conhecidos possuem linhas bem próximas, como o Coliseu, o Foro Romano e o Vaticano, além da ligação com Roma Termini. São três linhas principais (Laranja, Azul e Verde, sendo as duas primeiras as mais usadas pelos viajantes). Vendidos em máquinas nas estações, os bilhetes saem a partir de ?1,50 (R$ 9), válido por 100 minutos a partir da validação. Há bilhetes com preços maiores que valem por 24h, 48h e 72h.
Uma vez em Roma, algumas dicas são válidas para as nossas andanças pela cidade, como onde pegar água de graça e escolher horários alternativos.
Há fontes de água potável espalhadas pela cidade: além de suas praças, Roma é conhecida pelas numerosas fontes de água potável, as chamadas "nasone", que funcionam como torneiras onde a água, vinda dos aquedutos, corre sem parar. É só chegar e encher a garrafinha - há algumas até com água com gás. Vale dizer também que, a princípio, a água das torneiras e pias também são potáveis, salvo as que estão sinalizadas do contrário;
Na alta temporada, escolha horários alternativos: além das altas temperaturas, que nos deixa facilmente cansados, o verão é sinônimo de alta temporada em Roma. Portanto, se possível, minha dica é se programar para apreciar alguns pontos turísticos em horários de menor movimento, como nas primeiras horas da manhã ou esbarrando na madrugada. A Fontana di Trevi, o Panteão (pelo menos o lado de fora) e algumas praças ficam bem mais tranquilas nestes momentos.
Priorize passeios de acordo com suas vontades e agenda: não será possível ver tudo de Roma em uma única viagem - já viajei algumas vezes para a cidade e sempre há algo a descobrir. Assim, priorize vontades, cheque os atrativos imperdíveis para uma primeira vez e também deixe um tempinho livre na agenda, que é essencial para se "perder" e sentir Roma em um outro ritmo.