Livro '8 de janeiro que o Brasil não viu' foi lançado nesta terça-feira (8/7), na livraria Travessa, no shopping Casa Park, em Brasília
Por Francisco Artur de Lima
"Fatídico, intenso e histórico". Essas foram as classificações usadas pelo ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, para qualificar o 8 de janeiro de 2023 - dia em que golpistas invadiram e vandalizaram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Segundo ele, a motivação para escrever a obra foi o ímpeto de "registrar (o 8 de janeiro) na história para que jamais isso se repita no país".
8 de janeiro que o Brasil não viu foi lançado nesta terça-feira (8/7), na livraria Travessa, no shopping Casa Park, em Brasília. Produzido pela editora Intrínseca, o livro, segundo o autor, oferece relatos "inéditos e contundentes" dos acontecimentos que se seguiram aos ataques do 8 de Janeiro. Segundo Cappelli, a obra não entrega uma "narrativa", mas sim "fatos objetivos como testemunha presente da história".
"Eu conto como as questões se deram no dia 8 (de janeiro), como as decisões foram tomadas, e os diálogos do dia 8, do dia 9, daquela primeira semana que foi decisiva para a democracia brasileira e também dos 23 dias da inédita intervenção federal na segurança pública da capital federal", contou Cappelli.
Sem anistia
Capelli também protestou contra parlamentares que endossam anistia aos envolvidos nas invasões do 8 de Janeiro. "Toda vez que se fala de anistia, eu lembro aqui de pessoas que trabalharam para debelar aquela crise. Isso é um desrespeito com quem trabalhou, uma tentativa de rasgar a história", disse Cappelli. Ele reforçou a gravidade dos acontecimentos, afirmando que "o que aconteceu não foi um passeio no parque. Quem tá dizendo isso não é o Cappelli, está no livro. Eu tenho relato de policiais militares: tinham militares ou paramilitares infiltrados entre os manifestantes que tinham homens profissionais treinados para atacar os prédios e tentar desestabilizar a democracia brasileira. O que aconteceu é gravíssimo", sintetizou.
Autoridades e políticos
O lançamento do livro 8 de janeiro que o Brasil não viu contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de autoridades, políticos e ministros do governo do presidente Lula. O ministro da Defesa, José Múcio, mostrou "curiosidade" em ler o livro.
Em tom de brincadeira, ele disse "torcer" para "não sair o volume dois" da obra. "Esse dia deve ser enterrado", afirmou. O livro, na avaliação de Múcio, terá papel pedagógico. "Tudo aquilo que serve para você aprender, para tirar experiência, para conhecer pessoas, é uma coisa importante", pontuou.
Já sobre o papel das Forças Armadas, Múcio destacou terem tido papel crucial naquele dia. "As Forças Armadas tiveram um papel definitivo naquele dia 8 de Janeiro porque a instituição não participou daquilo. Quem participou foram pessoas com os seus respectivos CPFs. "Torço muito para que os culpados sejam verdadeiramente punidos", concluiu.
Correio Braziliense
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