Como Pietro Parolin está na casa de aposta Polymarket - Foto: Reprodução/Polymarket |
Apostas no Conclave disparam; veja a lista de favoritos a novo papa segundo apostadores

Apostas no Conclave disparam; veja a lista de favoritos a novo papa segundo apostadores

Volume de apostas na plataforma de apostas norte-americana Polymarket subiu de US$ 2,9 milhões (R$ 16,65 milhões) para US$ 20,5 milhões (R$ 117,67 milhões).


Por Artur Nicoceli, g1

Desde que o papa Francisco morreu, a plataforma de apostas norte-americana Polymarket abriu uma sessão para apostadores sobre quem será o próximo papa. Nesta quarta-feira (7), quando começa o conclave, Pietro Parolin é o nome mais cotado.

Parolin estava na mesma posição quando o papa morreu, em 21 de abril. E o volume de apostas, em menos de 17 dias, subiu de US$ 2,9 milhões (R$ 16,65 milhões) para US$ 20,5 milhões (R$ 117,67 milhões).

Segundo Ricardo Magri, especialista em desenvolvimento de negócios iGaming na Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC), esse tipo de aposta é proibido no Brasil.

"Isso passou a ocorrer a partir da regulamentação do setor no país, em 1º de janeiro de 2025, que limitou as apostas a duas categorias: eventos reais de temática esportiva e jogos virtuais com resultado aleatório."

No Polymarket, às 12h (horário de Brasília), os 10 nomes mais cotados para o cargo de papa são:

  1. Pietro Parolin: 30% das apostas;
  2. Luis Antonio Tagle: 19% das apostas;
  3. Matteo Zuppi: 10% das apostas;
  4. Pierbattista Pizzaballa: 9% das apostas;
  5. Péter Erdö: 6% das apostas;
  6. Jean-Marc Aveline: 5% das apostas;
  7. Peter Turkson: 5% das apostas;
  8. Robert Sarah: 3% das apostas;
  9. Jose Tolentino de Mendonca: 2% das apostas;
  10. Mario Grech: 2% das apostas.

Quem é Pietro Parolin, o 'vice-papa'


Parolin, de 70 anos, foi o número dois do Vaticano durante quase todo o pontificado de Francisco. Como secretário de Estado, ele foi seu expoente mais visível no cenário mundial.

Com uma expressão calma, uma silhueta ligeiramente curvada e um senso de humor sutil, este diplomata liderou negociações importantes com a China e o Vietnã.

Parolin é bem conhecido por líderes mundiais e diplomatas e também conhece os meandros da Cúria romana, o aparato administrativo da Santa Sé.

Pietro Parolin é um dos cardeais mais cotados para novo papa - Foto: Yara Nardi/Reuters
Pietro Parolin é um dos cardeais mais cotados para novo papa - Foto: Yara Nardi/Reuters

"Ele é o cardeal mais conhecido de todos. A questão é se o perfil dele ajudará a criar consenso. Ele nunca teve responsabilidades pastorais e assumiu poucas posições em questões da sociedade. Ele permaneceu em um papel muito institucional", disse uma fonte anônima da Igreja à AFP em Roma.

Parolin é acessível, mas também cauteloso e comedido em público. Ele evita qualquer declaração que possa ser mal interpretada, ao contrário de Francisco, que geralmente era muito franco e direto.

Apesar dessa relutância, o cardeal italiano disse que o celibato sacerdotal não é um dogma, mas sim um "presente de Deus para a Igreja", e que qualquer ideia que vincule a homossexualidade à violência sexual dentro da Igreja é "grave e cientificamente indefensável".

Ele denunciou o aborto e a barriga de aluguel como graves violações da dignidade humana e criticou a ideia de que gênero pode ser diferente de sexo.

Francisco o nomeou seu braço direito logo após assumir a cátedra de São Pedro e o fez cardeal em 2014.

Pietro Parolin em reunião com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, dois dias antes da morte do papa Francisco - Foto: Vatican Media/Francesco Sforza/Divulgação via REUTERS
Pietro Parolin em reunião com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, dois dias antes da morte do papa Francisco - Foto: Vatican Media/Francesco Sforza/Divulgação via REUTERS

Ele nasceu em 17 de janeiro de 1955, em uma família profundamente católica perto de Veneza. Perdeu o pai em um acidente de carro quando tinha 10 anos, quatro anos antes de entrar para o seminário.

Foi ordenado aos 25 anos e viajou para Roma para estudar Direito Canônico e Diplomacia, ingressou no serviço exterior da Santa Sé em 1986 e passou quatro décadas ao redor do mundo. Ele fala espanhol, inglês e francês, além de italiano.

G1
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