O relatório da Polícia Federal divulgado nesta terça-feira, dia 26, aponta que os discursos defendendo um golpe de Estado começaram a ser inflamados em 2019 e cita atos de 8 de janeiro e o recente atentado a bomba no Supremo Tribunal Federal para concluir que a retórica golpista segue viva na sociedade brasileira.
O documento, de 884 páginas, recupera estratégias digitais adotadas desde o primeiro ano do governo Bolsonaro. Os quatro delegados responsáveis pelo caso fazem uma linha do tempo recuperando a atuação das chamadas milícias digitais, passando pelos episódios ocorridos após a eleição de 2022, para afirmar que o discurso golpista segue latente em parte da sociedade brasileira
É a primeira vez que a Polícia Federal vincula oficialmente o atentado no STF e os atos de 8 de janeiro à tentativa de golpe de Estado. A investigação sobre o homem-bomba, Francisco Wanderley Luiz, que morreu ao detonar explosivos em frente ao STF, é conduzida pela divisão de combate ao terrorismo da PF, equipe diferente da que investigou a tentativa de golpe, e ainda não foi concluída
O relatório final é assinado pelos delegados Rodrigo Morais, Luciana Caires, Fabio Shor e Elias Milhomens. Rodrigo é o diretor de Inteligência da PF; Elias o coordenador de Contrainteligência; Luciana é chefe da Divisão de Inteligência; e Fabio Shor é delegado da vinculado à diretoria do órgão.
Veja a íntegra do relatório: